Relatório aponta que a Terra está prestes a atingir 5 pontos de não retorno

Chamados de “pontos de inflexão,” esses cinco sistemas críticos representam uma ameaça de magnitude sem precedentes para a humanidade

Lucas Jackson/Reuters | Aquecimento global está fazendo a água do oceano aquecer e o gelo derreter. E há algum tempo os cientistas alertam em específico sobre o derretimento acelerado da camada de gelo na Antártida Ocidental, impulsionado pelo aquecimento do Oceano Austral, especialmente na região do Mar de Amundsen.
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A Terra enfrenta iminentes pontos de não retorno que podem desencadear catástrofes ambientais irreversíveis, alertam cientistas. O aquecimento global é apontado como principal catalisador desses eventos, conforme destacado em um recente estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e financiado pelo Fundo Bezos Earth, do empresário Jeff Bezos. Com informações do G1.

Chamados de "pontos de inflexão," esses cinco sistemas críticos - corais de águas quentes, manto de gelo da Groenlândia, manto de gelo da Antártida Ocidental, permafrost no Ártico e a circulação do Atlântico Norte - representam uma ameaça de magnitude sem precedentes para a humanidade, conforme alertou Tim Lenton, chefe do relatório. Abaixo, conheça cada um deles

Corais de águas quentes

O estudo descreve 26 pontos de inflexão, sendo os cinco mencionados os mais preocupantes. Corais de águas quentes, ecossistemas sensíveis às mudanças climáticas, enfrentam riscos crescentes de branqueamento devido ao aumento da temperatura da água. O relatório diz que há uma perda significativa de recifes de coral globalmente e sugere a necessidade de ações práticas para preservar esses ecossistemas, como monitoramento eficaz, cooperação entre cientistas e comunidades, apoio a projetos de preservação e a criação de áreas protegidas.

Circulação do Atlântico Norte:

O aquecimento global impacta a circulação termohalina, essencial para distribuir calor globalmente. Estudos indicam uma desaceleração de 15% nas correntes atlânticas desde meados do século 20, exigindo a redução das emissões de gases do efeito estufa para evitar a paralisação do sistema.

Como cerca de 90% do calor global está armazenado nos oceanos, as mudanças nessas correntes influenciam o clima em diversas regiões do globo. E alguns estudos indicam que já estamos tendo uma desaceleração de 15% no sistema de correntes atlânticas desde meados do século 20, especialmente na corrente do Giro Subpolar do Atlântico Norte, localizada perto das costas da Groelândia e Labrador.

Segundo o IPCC, tanto nesse Giro Subpolar, no Mar do Labrador e nos Mares Nórdicos, foram observadas grandes mudanças na salinidade que foram associadas a alterações nas entradas de água doce (derretimento do gelo, circulação oceânica e escoamento fluvial).

Manto de gelo da Groenlândia:

O aumento da temperatura média global, com destaque para a Groenlândia, gera o derretimento acelerado do manto de gelo. No relatório, os pesquisadores citam ainda um ponto crítico a considerar nessa questão. Se o manto de gelo da Groenlândia se desintegrar, isso pode levar a uma mudança abrupta na Circulação Meridional Atlântica, uma corrente crucial que fornece a maior parte do calor à Corrente do Golfo. 

Esse evento, por sua vez, pode intensificar o fenômeno El Niño, um dos padrões climáticos mais poderosos do planeta, que já está trazendo diversas transformações ao nosso clima nos últimos meses.

Manto de gelo da Antártida Ocidental:

O recorde de menor extensão de gelo marinho em julho de 2023 na Antártida Ocidental.E isso também é resultado do aquecimento global, que está fazendo a água do oceano aquecer e o gelo derreter.

E há algum tempo os cientistas alertam em específico sobre o derretimento acelerado da camada de gelo na Antártida Ocidental, impulsionado pelo aquecimento do Oceano Austral, especialmente na região do Mar de Amundsen.

Permafrost no Ártico:

O descongelamento do permafrost, que armazena vastas quantidades de carbono, apresenta riscos significativos. O aumento rápido das temperaturas no Ártico contribui para o derretimento das camadas superiores do permafrost, podendo resultar em impactos irreversíveis nas paisagens e ecossistemas.

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