A motorista Maria Irlene Soares da Silva, de 43 anos, que morreu durante uma lipoaspiração em uma clínica da Zona Sul de São Paulo nesta quinta-feira (13), já tinha tentado realizar o procedimento com outros cinco médicos nos últimos três anos, segundo familiares. A recusa ocorreu porque a paciente tinha histórico de pressão alta.
O corpo da motorista foi enterrado às 12h desta sexta-feira (14), no Cemitério Santo Antônio, em Osasco, na Grande São Paulo. Além de retirar gordura do corpo, ela também pretendia colocar silicone nos seios.
Nesta quinta, o médico Wagner Fiorante, que realizou a cirurgia, prestou depoimento e foi liberado. Para ele, a morte de Maria Irlene foi uma "fatalidade". Segundo o médico, a motorista realizou previamente todos os exames para poder passar pela cirurgia. "Quando houve alteração na pressão a na respiração fizemos as manobras de entubação e de ressuscitação", afirmou Fiorante.
A morte é a segunda ocorrida durante plástica na clínica em um período de quatro meses. O delegado Paul Henry Verduraz, titular do 15º Distrito Policial, no Itaim Bibi, disse que irá informar o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) sobre os fatos. No caso anterior, uma paciente teve os orgãos perfurados. Por este inquérito, o cirurgião pode ser indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). "O CRM deve decidir sobre eventual suspensão do direito de exercer as atiidades", acrescentou o delegado.
Família
Parentes da motorista disseram que temiam a cirurgia. "Eu falei para ela não fazer, não. Mas ela sempre foi muito teimosa", disse o conferente Jefferson Silva, de 26 anos. Um dos três filhos de Maria, ele disse que conversou com a mãe na véspera do procedimento. "À noite ela me disse que estava com medo da cirurgia."
Ainda segundo os parentes, a vítima era muito vaidosa. Questionados sobre algum problema de saúde, eles afirmaram que Maria tinha pressão alta, mas não fazia tratamento.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) irá atestar a causa da morte.