Na quarta-feira (21), a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos) divulgou uma imagem de satélite que evidencia o retorno do El Niño. O fenômeno iniciou oficialmente no dia 8 deste mês e se caracteriza pelo aumento da temperatura e do nível do mar no oceano Pacífico, próximo à linha do Equador.
A detecção da chegada do El Niño é possível por meio da análise das medições da temperatura e da altura da superfície oceânica. Isso ocorre devido ao aumento do nível do mar quando há aquecimento do oceano, pois a água mais quente se expande e aumenta de volume.
A imagem revela anomalias na altura da superfície do mar no oceano Pacífico durante o período de 1º a 10 de junho. As tonalidades de azul representam níveis do mar abaixo da média, enquanto as áreas em branco indicam condições normais. Por outro lado, as regiões em vermelho indicam locais onde o nível do oceano estava acima do normal.
O El Niño causa modificações na circulação dos ventos alísios, que normalmente sopram de leste para oeste, resultando no transporte de umidade e águas mais quentes da costa das Américas em direção à Ásia e Oceania. Esse fenômeno pode ter impactos globais e, de acordo com a NASA, frequentemente resulta em condições climáticas mais frias e úmidas no sudoeste dos Estados Unidos, enquanto países como Indonésia e Austrália enfrentam períodos de seca.
Além disso, o El Niño pode resultar em um aumento geral das temperaturas, causar o branqueamento de corais e provocar impactos econômicos significativos. No Brasil, os efeitos mais frequentes incluem um maior risco de secas nas regiões Norte e Nordeste, aumentando a probabilidade de incêndios na Amazônia.
O mapa do El Niño foi criado utilizando dados obtidos pelos satélites Sentinel e processados por cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL). A agência esclarece que sinais relacionados a ciclos sazonais e tendências de longo prazo foram eliminados para enfatizar as anomalias do nível do mar associadas ao El Niño.
De acordo com as previsões, espera-se que as condições climáticas relacionadas ao fenômeno se intensifiquem no final do ano, durante o verão no Hemisfério Sul. No entanto, segundo a avaliação do oceanógrafo Josh Willis, do JPL, até o momento, o El Niño de 2023 não está tão avançado quanto em eventos anteriores no mesmo período do ano.
(Com informações da Folhapress)