Além da alma, a música também faz bem ao corpo. No Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), os elementos musicais são um dos principais aliados no tratamento ofertado pela instituição às pessoas que possuem alguma deficiência física ou motora. O trabalho é desenvolvido pelo setor de musicoterapia, que atende, em média, 80 pacientes por semana.
Som, ritmo e melodias são usados nos atendimentos da musicoterapia no Ceir. Eles ajudam na reabilitação de pacientes com os mais diversos problemas de saúde, a exemplo de paralisia cerebral, acidente vascular cerebral, traumas causados por acidentes de trânsito e até má-formação congênita.
Aos 59 anos, o professor aposentado Amauri Barbosa faz tratamento de reabilitação no Ceir para amenizar as sequelas de um aneurisma rompido. Ele destaca que a musicoterapia une prazer e saúde.
“Sempre gostei de cantar, mas não tinha contato com instrumentos musicais. Cheguei ao Ceir em uma cadeira de rodas e nunca pensei que a música ia me ajudar no tratamento de reabilitação”, diz Amauri Barbosa. Além da musicoterapia, ele faz acompanhamento na terapia ocupacional, fisioterapia, hidroterapia e psicologia no Ceir.
A musicoterapia é indicada para pacientes adulto e infantil, com atendimentos individuais ou em grupo. A pequena Esther, de 2 anos, por exemplo, participa do atendimento individual e também da Bandinha Infantil do Ceir, que é formada por 14 crianças, com idade entre 3 e 7 anos.
“Ela fica sorrindo, querendo pegar os instrumentos. É uma felicidade só. Quando começou o atendimento na musicoterapia ela sofria com uma hipersensibilidade aos sons e chorava muito, porque se assustava com barulhos”, diz a mãe da menina, Maria de Jesus.
A musicoterapeuta do Ceir, Nydia Monteiro, explica que a capacidade lúdica da música é um dos diferenciais nos tratamentos de saúde. “Os pacientes acabam se envolvendo com a terapia e o processo ocorre de forma prazerosa.
Entretanto, como em um tratamento, buscamos sempre o lado racional, avaliando a evolução do paciente e aspectos como postura, respiração e posição das mãos, por exemplo”, diz Nydia, destacando que, no Ceir, os pacientes são assistidos por uma equipe multiprofissional.
O trabalho da musicoterapia no Ceir ainda resultou na formação da banda Tocando em Frente, que existe há quase dois anos. Ela é composta por sete pacientes que mostraram aptidões musicais durante a terapia, mas tiveram alta do tratamento.
O grupo tem integrantes que cantam, tocam violão, teclado e instrumentos de percussão e sopro. O repertório é variado. A banda se apresenta em vários eventos realizados em Teresina.
“Boa parte dos membros são cadeirantes, muitos deles que nunca imaginaram se tornar músicos e viram nessa oportunidade mais um motivo para superar as dificuldades”, finaliza Nydia Monteiro.
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