Muro na praia: proprietário diz que construiu estrutura para 'preservar o meio ambiente'

O muro construído em 2022, com o objetivo de conter o avanço do mar, enfrenta críticas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Muro levantado em praia de Pernambuco | Reprodução TV Globo
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Um advogado, proprietário de um terreno de 10 hectares, que fica localizado na praia do Pontal de Maracaípe, em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco, construiu um muro de troncos de coqueiro na região considerada praiana, e segundo ele o isolamento da área é para assegurar que sua propriedade não seja reduzida além de fazer a preservação do meio ambiente.

"Eu não tenho projeto nenhum para lá, a não ser preservar o meio ambiente. Por conta da quantidade de lixo, de gente defecando no mangue, deixando camisinha, deixando resíduos de cerveja, cortando mangue para fazer churrasco. Então, eu quis parar isso", disse João Fragoso à TV Globo.

ERGUIDO EM 2022

O muro construído em 2022, com o objetivo de conter o avanço do mar, enfrenta críticas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com o Ibama, a estrutura pode estar contribuindo para o assoreamento, danificando a vegetação de restinga e impedindo o acesso de tartarugas aos pontos de reprodução.

Muro de 576 m limita acesso a praia em Pernambuco (Foto: Reprodução/UOL)

A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) havia autorizado a construção do muro em 2022, mas determinou sua retirada no final de maio de 2024. No entanto, uma decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) proibiu a derrubada, alegando falta de demonstração de descumprimento da licença ambiental.

CRITICAS DO IBAMA

João Fragoso, representante dos proprietários do terreno, afirmou que o objetivo do muro é preservar a área, que teve seu tamanho reduzido devido a obras realizadas anteriormente. No entanto, o Ibama criticou a construção, apontando indícios de que tenha sido feita de forma amadora, representando riscos à saúde pública e à reprodução de tartarugas marinhas.

Diante da polêmica, Fragoso defende a formação de um grupo de trabalho para discutir a questão de maneira técnica e encontrar uma solução para o impasse, enfatizando a importância de avaliar os possíveis impactos positivos e negativos do muro.

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