Sem saber, uma norte-americana levou um "souvenir" um tanto inusitado de volta para casa após uma visita à Colômbia: seis larvas de mosca-varejeira (Dermatobia hominis) que estavam crescendo em suas costas e nádegas. O caso, compartilhado no New England Journal of Medicine, ocorreu com uma senhora de 62 anos.
De acordo com a publicação, a paciente buscou atendimento em uma clínica dermatológica local com seis nódulos espalhados pelo corpo e reclamando de uma sensação parecida com a de estar sendo picada. Os profissionais de saúde, então, receitaram medicações para tratar uma possível infecção bacteriana. Mas, após o tratamento, o quadro não apresentou melhora.
Foi só quando a paciente contou aos médicos que tinha estado recentemente na Colômbia e que acreditava ter sido picada por mosquitos que os médicos suspeitaram da real natureza do incômodo da norte-americana. Investigando mais de perto, os profissionais notaram que alguma substância estava vazando das “marcas de picada” — e que algo estava se movendo dentro delas.
A infecção de pele causada por larvas de mosca é conhecida como miíase e ocorre quando ovos do animal entram em alguma ferida presente na pele do hospedeiro. Na maioria das vezes isso ocorre com a ajuda de um mosquito: os ovos se agarram ao inseto que, quando pica um humano, abre uma pequena ferida por onde se infiltram os ovos.
"Embora incomum nos Estados Unidos, é importante considerar a miíase quando as lesões cutâneas características se desenvolvem em um viajante que retorna [de uma viagem]", escreveram os especialistas.
No casos da norte-americana, os médicos administraram anestésicos à paciente e retiraram as seis larvas que cresciam nos locais onde antes estavam os nódulos. Segundo os médicos responsáveis pelo caso, "no acompanhamento de 1 semana, as lesões foram parcialmente resolvidas e a paciente relatou uma redução de 70% em seus sintomas".