O xeque saudita Saleh al Lohaidan, conselheiro judicial do Ministério da Justiça, afirmou que dirigir pode prejudicar os ovários das mulheres, em declarações publicadas neste domingo (29) pelo jornal local "Al Sabq".
O religioso alegou que a medicina estudou este assunto e concluiu que, quando as mulheres conduzem, seus quadris se elevam, o que pode afetar seus ovários.
Segundo seu raciocínio, isto faria com que as motoristas possam dar à luz a crianças com algum tipo alteração, motivo pelo qual pediu às mulheres que sejam "razoáveis" e usem "mais a mente que o coração" na hora de levar em conta a parte negativa de dirigir um carro.
Mesmo assim, ressaltou que há circunstâncias justificadas nas quais uma mulher pode conduzir um veículo, como no caso de doença de seu marido durante uma viagem.
As mulheres estão proibidas de dirigir na Arábia Saudita, país regido por interpretação estrita do islã.
Um grupo de ativistas do reino lançou recentemente uma campanha para exigir que as sauditas possam conduzir e pediu às mulheres que saiam às ruas com seus carros no próximo dia 26 de outubro para desafiar a proibição.
Esta prática foi vetada em 1990, quando o já falecido mufti da Arábia Saudita, xeque Abdulaziz bin Baath, emitiu um édito religioso neste sentido que levou o Ministério do Interior a impor essa restrição.
Em setembro de 2007, um grupo de mulheres intelectuais sauditas criou a primeira associação no reino para reivindicar o direito a dirigir.
O habitual é que as autoridades detenham as motoristas e apreendam o veículo, até que um tutor --um homem da família-- se apresenta na delegacia e assine um documento no qual garanta que a infração não vai se repetir.