Quase seis meses após o atentado a Maratona de Boston, no Estado de Massachusetts, Estados Unidos, muitas vítimas que perderam as pernas nas explosões ainda tentam retomar a vida e, aos poucos, a habilidade de correr.
No último domingo (6), dezenas de amputados se reuniram na pista de atletismo da Universidade de Harvard para reaprenderem juntos a andar e a correr.
Joan Benoit Samuelson, duas vezes campeã da Maratona de Boston, conversa com Heather Abbott, que perdeu parte da perna esquerda nas explosões deste ano.
Heather passou por quatro cirurgias e muitas sessões de terapia para se adaptar à prótese altamente tecnológica que foi colocada em sua perna.
No início do evento, Heather, de 38 anos, andava um pouco desajeitada nos campos da universidade, mas a caminhada logo se tornou uma corrida, de acordo com o jornal The Boston Globe.
? É uma sensação muito boa, como se houvesse molas no meu passo.
Celeste Corcoran precisou da ajuda de dois voluntários para percorrer o gramado. Um de seus ajudantes usava um par de próteses de sua autoria.
"Você anda e vê todo mundo com duas pernas, especialmente no verão. Tudo que você vê são pernas, disse Celeste, segurando as lágrimas.
? É fácil sentir falta das suas pernas.
"Mas quando eu vejo todo mundo aqui andando e correndo, fica tudo bem", disse a mulher de 47 anos, atingida pelos destroços da primeira bomba a explodir em Boston.
? Eu só quero voltar a ser capaz de fazer as coisas que eu fazia antes... Estou fazendo o meu melhor para desfrutar de estar viva.
O evento, que reuniu vítimas da maratona e os amputados feridos em ações militares, entre outros, foi organizado pela Fundação de Atletas Paraolímpicos juntamente com uma clínica que auxilia na recuperação de pessoas que sofreram acidentes e incentiva a prática do esporte.
O atentado à Maratona de Boston aconteceu em 14 de abril deste ano, deixando três pessoas mortas e cerca de 280 feridas.