Após idas e vindas nas negociações, a trégua temporária entre o Afeganistão e o grupo extremista Talibã deve finalmente começar nos próximos dias, afirmaram autoridades dos Estados Unidos nesta sexta-feira (14).
Se bem sucedida, a pausa nos conflitos deve levar a uma assinatura formal de cessar-fogo entre as forças oficiais afegãs e a milícia islâmica. Então, caso os conflitos no Afeganistão sejam finalmente interrompidos, os militares norte-americanos devem deixar o país.
Os termos da decisão estão na pauta de uma reunião internacional sobre segurança que ocorre em Munique, na Alemanha, entre esta sexta e domingo. No evento, o secretário de Estado Mike Pompeo se encontrou com o presidente afegão, Ashraf Ghani. Por enquanto, as autoridades afegãs e representantes do Talibã não comentaram a trégua, que deve ser oficialmente anunciada nos próximos dias.
'Guerras infinitas'
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem reforçado que pretende retirar tropas norte-americanas de "guerras infinitas" do Oriente Médio. Durante o discurso sobre o Estado da União, no começo de fevereiro, ele chegou a apresentar um soldado que acabava de retornar do Afeganistão para ilustrar o desejo de por fim à presença norte-americana nos conflitos da região.
Os EUA mantêm cerca de 13 mil militares no Afeganistão desde os atentados de 11 de setembro de 2001 — número que o governo norte-americano pretende reduzir para cerca de 8,6 mil somente neste ano.
Recentemente, a Casa Branca intermediou conversas entre o Talibã e o governo afegão. Porém, um ataque terrorista que vitimou um militar norte-americano fez os EUA cancelarem as tratativas entre os dois grupos, o que emperrou ainda mais a proposta de retirar os soldados que estão no Afeganistão.
Em novembro do ano passado, Trump visitou, de surpresa, cerca de 1,5 mil militares norte-americanos em uma base militar em solo afegão. Na viagem, o republicano ainda conversou com o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, sobre uma possível retomada das negociações de um cessar-fogo com o Talibã.