Ao apoiar os opositores do regime sírio, as potências ocidentais se tornaram "cúmplices" da crise na Síria e a oposição será considerada responsável pelo "derramamento de sangue", disse nesta sexta-feira o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov.
"Os Estados ocidentais, ao incitar os opositores sírios a realizar ações intransigentes (...) são cúmplices de atiçar a crise", declarou Riabkov, citado pela Itar-Tass, acrescentando que "a responsabilidade de buscar uma solução para deter o derramamento de sangue repousa sobre a oposição", que se recusa a negociar com o regime.
"As autoridades da Síria garantiram que estão dispostas a realizar rapidamente um referendo sobre a Constituição e a promover eleições", declarou Riabkov, em uma entrevista concedida durante uma viagem à Colômbia.
"Por isso, a oposição tem a responsabilidade de buscar uma solução para deter o derramamento de sangue", mas se nega a negociar com o governo e exige sua saída, acrescentou.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse depois de se reunir em Damasco nesta semana com o presidente da Síria, Bashar al-Assad, que o regime sírio estava disposto a negociar com a oposição e que em breve fixará a data de um referendo sobre uma nova Constituição.
A oposição considera que não é possível realizar negociações sem a saída de Bashar al-Assad. Já um plano da Liga Árabe para resolver a crise exige que Assad transfira seus poderes ao vice-presidente.