Alassane Ouattara, opositor e um dos presidentes proclamados da Costa do Marfim, ordenou nesta segunda-feira (24) suspender por um mês as exportações de café e cacau - ingrediente principal do chocolate -, do qual este país africano é o maior produtor mundial, para asfixiar economicamente seu rival Laurent Gbagbo.
Os preços do cacau dispararam em Londres e Nova York hoje, depois do governo de Ouattara ordenar este cessar imediato das exportações por um mês, enquanto a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, estimava que o embargo comercial era uma opção a se considerar no futuro.
Ouattara, considerado presidente da Costa do Marfim por diversos países, incluindo as potências ocidentais, "informou" em um comunicado "aos operadores econômicos, o cessar imediato de toda exportação de café e cacau" a partir desta segunda-feira até 23 de fevereiro.
- O governo diz que vai considerar os que infringem a medida como financiadores das atividades da administração ilegítima de Laurent Gbagbo.
Para Gilles Yabi, diretor para a África Ocidental da ONG International Crisis Group (ICG), "ainda que não cumpram totalmente com a ordem, como certamente ocorrerá, elas vão causar perdas a Gbagbo".
Maior produtora de cacau está mergulhada em crise
A Costa do Marfim, que tem o maior porto exportador de cacau do mundo, está afundada em uma crise política após a eleição presidencial de 28 de novembro de 2010, já que Ouattara e o presidente em fim de mandato Gbagbo, se consideram presidentes legitimamente eleitos.
O cacau e o café, do qual a Costa do Marfim é o décimo segundo produtor mundial, representam cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do país e 40% dos lucros de exportações.
Este país de 21,1 milhões de habitantes da costa ocidental africana é o maior exportador em nível mundial de cacau. Enquanto isso, os preços do cacau disparavam em Londres e Nova York.