O presidente Barack Obama, em visita ao Afeganistão, disse neste domingo que a sua administração deve anunciar em breve quantas tropas dos Estados Unidos vão ficar no país, enquanto reduz sua presença depois de quase 13 anos de guerra.
Falando rapidamente a comandantes militares na base aérea de Bagram, Obama disse que uma das razões de sua visita era discutir o plano dos EUA para o restante deste ano - quando a maioria das tropas será retirada - e para o futuro.
"Nós provavelmente vamos anunciar algumas decisões em breve", disse Obama, que voou para Bagram para uma visita rápida e surpresa.
Obama também planeja um discurso às tropas e uma visita a soldados feridos em Bagram, que é a principal base americana no Afeganistão.
A viagem no fim de semana do Memorial Day, feriado em homenagem aos militares mortos, acontece em um momento no qual Obama está sendo criticado pela sua forma de encarar a política externa. Há quem o considere muito passivo em relação à crise na Síria e na Ucrânia e Rússia. Ele deve responder essas críticas em um discurso, na quarta-feira, na academia militar de West Point.
A visita de Obama ao Afeganistão pode ser vista por alguns críticos como uma tentativa de se redimir aos olhos dos veteranos militares, alarmados pelas alegações de que a estrutura médica do governo nos Estados Unidos não forneceu cuidados apropriados aos veteranos.
Em Bagram, Obama conversou com o general de exército Joseph Dunford, que chefia as forças da OTAN e dos EUA no Afeganistão, e com o embaixador americano no Afeganistão, James Cunningham.
Obama não tinha planos de visitar a capital afegã Kabul ou encontrar com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e outros membros do governo durante a viagem que deveria durar apenas algumas horas. Isso permite que ele evite envolvimento na campanha presidencial para as eleições que vão definir o sucessor de Karzai, que nunca foi apoiado por Washington.
Há por volta de 33 mil tropas norte-americanas no Afeganistão, bem menos que as 100 mil de 2011, quando o número de tropas chegou ao máximo, uma década depois do começo do conflito em que 2,1 mil norte-americanos foram mortos.
Obama deixou Washington na noite de sábado e voou por mais de 13 horas para chegar em Bagram no domingo. Ele trouxe consigo o músico country Brad Paisley para entreter as tropas.