Um comunicado de organizadores da etapa canadense do Miss Universo indicou, na última segunda-feira, que uma transexual desclassificada do concurso poderá voltar à competição.
Jenna Talackova, de 23 anos, fora tirada da competição no mês passado, já que o concurso disse só permitir a adesão de competidoras "naturalmente" do sexo feminino - e Talackova se tornou mulher há apenas quatro anos, após uma cirurgia de mudança de sexo.
Mas a organização do Miss Universo, em Nova York, deu indícios de que pode voltar atrás, afirmando que Talackova "poderá competir desde que cumpra com as exigências legais de gênero do Canadá, além dos padrões estabelecidos por outras competições internacionais".
O comunicado não deixa claro, porém, quais são as "exigências legais" levadas em conta, a a agência Associated Press diz que os organizadores do Miss Universo Canadá não respoderam suas ligações até a noite de segunda-feira.
A final da competição está agendada para 19 de maio.
O advogado constitucional canadense Joe Arvay, que faz parte da equipe de defesa de Talackova, disse à AP que o comunicado dos organizadores é "incompreensível".
"Não faço ideia do que eles estão falando", declarou, em referência justamente às "exigências legais" citadas.
As regras do próprio concurso - organizado pelo milionário norte-americano Donald Trump - tampouco esclarecem a questão. O site do Miss Universo Canadá diz apenas que as concorrentes ao título devem ser cidadãs canadenses e ter entre 18 e 27 anos. Não há, no site, nenhuma menção direta ao gênero das candidatas.
O caso de Talackova despertou polêmica e debates quanto aos critérios determinados pelos concursos de beleza.
A transexual canadense já havia disputado outros concursos e dito que aos 14 anos havia iniciado terapia hormonal para mudar de sexo.