Aos 9 anos, Moaza Al Matrooshi teve de passar por uma quimioterapia que a deixaria infértil. Para manter a esperança de que pudesse ter filhos um dia, um de seus ovários foi retirado e preservado - mesmo que na época não houvesse qualquer garantia de que ela pudesse dar à luz no futuro.
Quinze anos depois, em um hospital de Londres, no Reino Unido, aquele fio de esperança tornou-se realidade, graças a um procedimento pioneiro.
"É um milagre que esteja com meu filho nos meus braços. Esperávamos por por isso há muito tempo", disse a jovem de 24 anos, a primeira mulher do mundo a ter um filho após ter um de seus ovários congelado antes de entrar na puberdade e reimplantado anos depois.
Sua médica, Sara Mathews, especialista em ginecologia e fertilidade, disse que o sucesso da gravidez de Moaza traz a mesma esperança para meninas e jovens que correm o risco de não poderem ser mães após serem submetidas a tratamentos contra câncer ou após enfrentarem disfunções sanguíneas ou imunológicas.
"É um grande avanço. Sabíamos que o transplante de tecido do ovário funcionava para mulheres mais velhas, mas não se seria possível coletar amostras de uma criança, congelá-las e torná-las funcionais novamente", disse Mathews.