Desistência de aborto vale R$ 10 mil na Itália

Para receber o dinheiro, mulher terá de comprovar que enfrenta problemas financeiros

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O presidente da região da Lombardia (norte da Itália), Roberto Formigoni, anunciou que o governo local pretende oferecer US$ 5,5 mil (o equivalente a cerca de R$ 10 mil) a mulheres grávidas para que desistam de abortos.

Para receber o dinheiro, que seria pago ao longo de 18 meses, as mulheres terão de provar que enfrentam problemas financeiros.

Porta-voz da Conferência de BisposFormigoni, que é católico e aliado do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse que nenhuma mulher na Lombardia deveria interromper uma gravidez por causa de dificuldades econômicas.

O aborto é permitido por lei na Itália desde 1978. Os dados mais recentes sobre abortos na Itália revelam que em 2008 foram realizados cerca de 120 mil no país.

De acordo com o correspondente da BBC em Roma Duncan Kennedy, o número de abortos parece estar caindo, chegando a quase à metade do registrado em 1982.

Um porta-voz da Conferência de Bispos Italiana reagiu à nova política dizendo que "qualquer coisa que respeitar a vida deve ser aplaudida".

Ainda segundo o correspondente da BBC, críticos da medida ressaltaram que, se todas as mulheres da Lombardia com problemas financeiros decidirem manter seus bebês, a verba do governo se esgotará em três meses.

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