A iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, que estava condenada a morrer apedrejada, teria sido libertada, informou nesta quinta-feira (9) o Comitê Internacional Antiapedrejamento, ONG alemã que acompanhava seu caso.
Seu filho e seu advogado também teriam sido soltos.
Ainda não havia confirmação oficial das autoridades iranianas sobre a libertação.
"Recebemos do Irã a informação de que estão livre", disse à France Presse Mina Ahadi, do comitê. "Esperamos ainda a confirmação."
O chanceler da Itália, Franco Frattini, manifestou "satisfação" com a notícia, mas disse que ela ainda estava sendo verificada.
Sakineh, de 43 anos, foi condenada em 2006 a dez anos de prisão por participação no assassinato de seu marido com um de seus amantes, e condenada à morte por apedrejamento por vários adultérios, segundo as autoridades iranianas.
Sua condenação foi reduzida em 2007 a 10 anos de cadeia, após uma apelação, mas a sentença do apedrejamento foi confirmada por outro tribunal de apelação.
O caso veio a público em julho passado e provocou uma onda de protestos no Ocidente, com pedidos para que a sentença não fosse aplicada.
O Irã acusa o Ocidente de usar o caso como arma de propaganda, transformando um "caso simples" em um meio de pressionar o governo do presidente Mahmud Ahmadinejad, criticado por supostas irregularidades eleitorais e desrespeito aos direitos humanos.
Em julho, o presidente Lula, após inicialmente dizer que não intercederia por Sakineh, apelou a Ahmadinejad para que Sakineh fosse recebida no Brasil.
Em 3 de novembro, a presidente eleita, Dilma Rousseff, disse que o apedrejamento seria "uma coisa bárbara".