Mais seis presos políticos cubanos serão soltos em breve e viajarão para a Espanha, como parte do processo de libertação gradual de 52 opositores condenados em 2003, dos quais 26 já estão em liberdade, anunciou nesta terça-feira (24) a Igreja Católica de Cuba.
Com este grupo, já são 32 os presos políticos que aceitaram viajar para a Espanha. Os dissidentes são Víctor Arroyo, Alexis Rodríguez, Leonel Grave de Peralta, Alfredo Domínguez, Próspero Gainza e Claro Sánchez, segundo uma nota do arcebispado de Havana.
Depois de um inédito diálogo entre o presidente Raúl Castro e o cardeal Jaime Ortega, iniciado em 19 de maio passado, o governo decidiu pela libertação de 52 presos políticos, dos 75 dissidentes presos em 2003.
Todos os opositores libertados, presos em março de 2003 durante uma onda de repressão contra a dissidência, estão atualmente na Espanha, com exceção de um que foi recebido pelo Chile.
A Igreja havia conseguido em junho a libertação de um primeiro prisioneiro político, Ariel Sigler, que foi para os Estados Unidos.
Dissidentes criticam exílio de ex-presos cubanos
A linha dura da dissidência cubana, que se opõe a qualquer compromisso com o regime cubano e favorável ao embargo americano, criticou o exílio dos opositores. A Igreja e a Espanha, entretanto, garantem que o exílio era realizado voluntariamente.
O economista dissidente Oscar Espinosa, um ex-prisioneiro político que escolheu permanecer em Havana após a sua liberação em 2004, disse que ninguém sabe o que vai acontecer com os prisioneiros que recusam a se exilar.
Um grupo de "Damas de Branco", esposas e mães de presos políticos, havia se reunido na última sexta-feira (20) com o arcebispo de Havana, o cardeal Jaime Ortega, para discutir essas questões.
Ao final deste processo de libertações, a ilha comunista deverá ter ainda, de acordo com a dissidência, cem prisioneiros políticos considerados mercenários pagos pelos EUA pelas autoridades cubanas.