Um fotógrafo egípcio registrou, em vídeo, o momento em que um homem aponta uma arma para ele, de cima de um prédio. Segundos depois, Ahmed Samir Assem é atingido por tiros. O fotógrafo de 26 anos, que trabalhava para o jornal egípcio Al-Horia Wa Al-Adala, morreu no local.
Segundo o jornal britânico The DailyTelegraph, Ahmed Samir Assem foi um dos 51 mortos, pelo menos, na madrugada desta segunda-feira. As forças de segurança do Egito abriram fogo contra um grupo da Irmandade Muçulmana que se reuniu diante do quartel da Guarda Republicana, no Cairo, para fazer orações em apoio a Mohammed Morsi, o presidente deposto. Ainda de acordo com a publicação, é lá provavelmente onde ele está preso. Pelo menos 425 pessoas ficaram feridas.
Ao lado do corpo de Ahmed, foram encontrados um telefone celular e uma câmera.
- Por volta das 6h, um homem chegou ao centro de imprensa com uma câmera coberta de sangue e disse que um dos nossos colegas havia sido ferido - contou Ahmed Abu Zeid, editor de cultura do jornal onde Ahmed trabalhava - Cerca de uma hora depois, recebi a notícia de que Ahmed havia sido baleado por um franco-atirador, na testa, enquanto fazia fotos no topo de um edifício.
Ainda de acordo com o jornalista, Ahmed foi o único que registrou tudo o que aconteceu, durante 20 minutos. Ele chegou a filmar o início das orações e a morte de dezenas de pessoas.
O exército alega que os militares só atiraram depois que apoiadores de Morsi tentaram invadir o quartel. Mas os partidários do ex-presidente garantem que foram alvejados por tiros antes de qualquer provocação, enquanto estavam apenas orando.
- A câmera de Ahmed vai permanecer como uma evidência das violações cometidas - garantiu Abu Zeid.