A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, anunciou nesta quarta-feira (21), em Seul, que seu país vai impor novas sanções à Coreia do Norte, cujas relações com a Coreia do Sul pioraram após o afundamento da embarcação "Cheonan", em março.
Hillary afirmou que Washington estuda congelar os bens de bancos ou pessoas que realizem atividades vinculadas com a proliferação nuclear, além de restringir a entrada nos EUA de diplomatas norte-coreanos.
A secretária de Estado americana deu estas declarações em entrevista coletiva depois de se reunir com seu colega sul-coreano, Yu Myung-hwan, e os ministros da Defesa dos EUA e Coreia do Sul.
De acordo com Hillary, o assessor dos EUA para a não-proliferação nuclear viajará "em breve" à região para abrir consultas com Coreia do Sul e outros aliados sobre a aplicação das sanções contra a cúpula norte-coreana e seus bens.
A secretária afirmou que seu país está disposto a retornar às negociações se Pyongyang emitir "sinais positivos". "Nós estamos focando muito especificamente, após examinar o que foi feito até agora, mas não limitado a isso, em ter a liderança [norte-coreana] como alvo, seus bens como alvo."
"Intenção não é prejudicar população"
Hillary insistiu que as sanções adicionais não têm intenção de prejudicar a população norte-coreana, uma das mais empobrecidas do mundo.
O objetivo é "desestabilizar" as políticas do regime comunista de Pyongyang, assinalou a secretária de Estado americana, que pediu à Coreia do Norte para deixar de realizar ações "de provocação".
Também pediu passos "irreversíveis" para cumprir seus compromissos de desnuclearização, como condição imprescindível para uma eventual suspensão das sanções.
Lembrou, além disso, que Washington mantém três linhas estratégicas contra a Coreia do Norte: esforços diplomáticos com países aliados, reforço da aliança com a Coreia do Sul e pressão contra a cúpula norte-coreana.
Hillary e o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, se reuniram em Seul com seus colegas sul-coreanos, Yu Myung-hwan e Kim Tae-Young, no diálogo "2+2" realizado por ocasião do 60º aniversário do início da Guerra da Coreia (1950-1953).
Após a reunião, os ministros emitiram comunicado no qual advertiram à Coreia do Norte que qualquer comportamento "irresponsável" terá "sérias consequências", enquanto recomendaram que encerrem "todos seus programas nucleares".