A empresa britânica British Petroleum (BP) - responsável pela plataforma de petróleo que explodiu no dia 20 de abril no golfo do México, nos Estados Unidos - disse neste domingo (18) que pretende manter o poço danificado fechado enquanto conduz mais testes no local.
Ao mesmo tempo, o governo dos EUA enviou uma carta à empresa pedindo explicações sobre "anomalias" detectadas no poço e sobre um pequeno vazamento no leito do mar, nos arredores da área de exploração.
No documento, o almirante da Guarda Costeira americana, Thad Allen, pede que o diretor da BP, Bob Dudley, envie um relatório sobre os problemas.
"Levando em conta as observações realizadas, incluindo o pequeno vazamento detectado perto do poço e anomalias indeterminadas na cabeça do poço, o monitoramento do leito marinho é de primordial importância durante o período de testes", diz Allen na carta.
A descoberta desse vazamento pode forçar a BP a reabrir o poço, menos de uma semana após o primeiro fechamento completo em quase três meses, na última quinta-feira (15).
Caso a reabertura seja necessária, a empresa britânica deverá voltar a recolher o petróleo por meio de navios transportadores deslocados até a região do vazamento.
Solução é temporária
Apesar de ter interrompido completamente o vazamento, o dispositivo colocado no topo do poço é apenas uma solução temporária, enquanto os chamados poços de alívio, que estão sendo perfurados ao lado do local original, não ficam prontos.
A direção da BP, no entanto, diz que vai manter a "tampa" no lugar enquanto for necessário e cogita deixar o poço fechado até que a solução definitiva esteja pronta, de acordo com o diretor Dudley.
- Estamos esperançosos. Neste momento não temos uma meta para reabrir o poço.
Se a abertura realmente for necessária, até 9,5 milhões de litros voltarão a ser despejados no mar do golfo do México todos os dias, piorando uma das catástrofes ambientais mais graves da história dos EUA.
Autoridades americanas dizem, no entanto, que se o poço realmente estiver com a estrutura danificada, mantê-lo fechado é ainda mais arriscado, porque a pressão crescente poderia abrir fendas no leito do mar, por onde o petróleo escaparia sem controle.