Ninguém pode acusar os alunos do MIT (Massachusetts Institute of Technology) de falta de inteligência. Já de excesso de malandragem ? Um grupo de estudantes da prestigiada universidade americana resolveu usar suas exímias habilidades matemáticas para ganhar na loteria. E não apenas uma, mas diversas vezes. E deu certo. Com o truque, os americanos conseguiram faturar US$ 8 milhões, o equivalente a R$ 16 milhões.
Em 2005, o grupo de alunos percebeu uma idiossincrasia na loteria do estado de Massachusetts, onde fica o MIT. Ao contrário da maioria dos jogos de azar dos Estados Unidos, ao acumular US$ 2 milhões, o dinheiro da loteria era dividido entre os ganhadores das apostas menores, caso ninguém acertasse todos os números sorteados. Num paralelo com o Brasil, seria como se ninguém acertasse os seis números da Mega-Sena e o total acumulado fosse dividido entre quem conseguiu cravar quinas e quadras.
Tendo isso em mente, os geniozinhos da matemática descobriram que comprar US$ 100 mil em bilhetes nos dias em que a loteria estivesse perto de bater na casa de US$ 2 milhões garantia virtualmente o sucesso de algumas de suas apostas. Fazendo cálculos de probabilidade, eles chegaram à conclusão de que o número de bilhetes comprado com US$ 100 mil era suficientemente grande para garantir a sorte deles.
O esquema criado pelos alunos do MIT deu tão certo que eles puderam largar seus empregos e conseguiram trazer investidores para financiar a compra massiva dos bilhetes da loteria. Com a jogada, eles gastaram US$ 40 milhões num período de sete anos e embolsaram em prêmios US$ 48 milhões. O resultado? Um saldo positivo milionário de US$ 8 milhões.
O esquema dos estudantes não era desconhecido dos funcionários da loteria. Segundo matéria do jornal The Boston Globe, uma investigação sobre o truque usado pelos alunos mostrou que os organizadores do jogo de azar sabiam da estratégia, mas não teriam feito nada para impedi-la. Na realidade, eles teriam até facilitado o esquema, porque com a jogada a loteria conseguia arrecadar mais dinheiro. Apesar de polêmica, a ação dos alunos do MIT não era ilegal. Por isso, mesmo quando as autoridades responsáveis por fiscalizar a loteria puseram um ponto final no esquema, os envolvidos não sofreram nenhum tipo de punição.
Essa não é a primeira vez que estudantes do MIT são pegos em uma polêmica envolvendo jogos de azar. Lembra do filme Quebrando a Banca, em que um professor e um grupo de alunos da escola se envolvem num escândalo de contagem de cartas para ganhar jogos nos cassinos de Las Vegas? Pois é, foi inspirado numa história real.