O Iêmen vive um dia de choque e pavor com atentados na capital, que deixaram centenas de vítimas, enquanto o complexo presidencial em Aden, no Sul, se via novamente sob ataque. A ação de homens-bomba em duas mesquitas em Sanaa mataram mais de 142 pessoas e deixaram mais de 350 feridas, entre elas políticos Houthis, minoria que tomou o controle da capital em janeiro.
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque através de mensagens na internet. A declaração, num site frequentemente usado pelo EI, chama o ataque de "ponta do iceberg" e diz que cinco homens-bomba foram usados nos ataques contra "infiéis houthis".
O áudio é similar à mensagem na qual o grupo reivindicou o atentado na Tunísia na quarta-feira. Este seria o primeiro ataque do Estado Islâmico no Iêmen. Os ataques ocorreram durante as orações do meio-dia nas mesquitas xiitas de al-Badr e al-Hashahush.
Um outro homem-bomba detonou seus explosivos num complexo do governo na província de Sadaa, área no Norte de forte presença Houthi, mas a bomba aparentemente explodiu antes do momento esperado por ele. Duas pessoas morreram e uma terceira ficou ferida.
Segundo o editor-chefe do jornal “Yemen Post”, Hakim Almasmari, as duas mesquitas são locais xiitas muito populares na capital. Os templos na região central de Sanaa são do ramo Zaidi e recebem principalmente simpatizantes do grupo xiita Houthi.
A mesquita de al-Hashahush, em especial, é frequentada por líderes do grupo. O imã Ahmed al-Mutauakil, membro da executiva do movimento, ficou ferido e foi levado ao hospital. Na Mesquita de al-Badr, o imã al-Murtatha bin Zayd al-Mahatwari, um proeminente líder religioso, também morreu.
O Estado Islâmico divulgou a autoria do atentado em mensagens através do Twitter e de fóruns jihadistas, mas a Casa Branca disse que "não há indicação de ligação operacional" do grupo com os ataques. O governo americano criticou fortemente o atentado.
"Estamos investigando a mensagem assumindo a autoria pelo braço iemenita do Estado Islâmico. Os EUA estão tentando descobrir se o grupo tem uma estrutura que o permita coordenar este ataque. O EI agride por propaganda, mas todos os países da região estão ameaçados pelo grupo", afirmou Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca.