Equipes de resgate desistem de achar três desaparecidos no Monte Everest

Treze pessoas morreram em avalanche no Nepal

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Equipes de resgate desistiram neste domingo (20) de procurar os três guias sherpa desaparecidos, dois dias depois que o acidente mais mortal no Monte Everest, no Nepal, matou pelo menos 13 pessoas e chocou o mundo do alpinismo.

Neve e enormes pedaços de gelo desceram pela perigosa e cheia de fendas Geleira de Khumbu na sexta-feira (18), enquanto guias carregavam suprimentos para os acampamentos mais altos de alpinistas estrangeiros que estavam tentando alcançar o pico da montanha mais alta do mundo.

Buscas de helicópteros e equipes de resgate que vasculharam a região em terra na sexta-feira e no sábado não encontraram nenhum sinal dos homens, que os agentes acreditam que desapareceram nas fendas ou ficaram presos debaixo da neve enquanto preparavam o caminho para os alpinistas.

"Cancelamos a operação de busca. Não é possível encontrar as três pessoas desaparecidas, vivas ou mortas", disse Lakpa Sherpa, da Operação de Resgate do Himalaia, falando do acampamento-base, ponto de partida para as expedições ao Everest.

Os helicópteros usados nas buscas e para transportar os corpos da montanha foram chamados de volta para Katmandu, disse um porta-voz do Exército. O número oficial de mortos permaneceu em 13.

As equipes de resgate levaram seis corpos do acampamento-base para Katmandu, no fim de semana, e os mantiveram em um mosteiro budista sherpa, de acordo com a tradição. O resto dos corpos foi entregue aos familiares na região de Solukhumbu, onde ocorreu o acidente.

"Os corpos serão retirados do monastério e cremados separadamente, de acordo com a tradição sherpa, na segunda-feira", disse Ang Tshering Sherpa, da Associação de Montanhismo do Nepal.

Os sherpas são um grupo étnico do Nepal e ajudam os estrangeiros a escalar os picos do país desde antes de Sherpa Tenzing Norgay e o neozelandês Sir Edmund Hillary se tornarem os primeiros a chegar ao pico, em 1953.

Pausa nas expedições?

O acidente chamou a atenção sobre os riscos que os sherpas correm e sobre a superlotação do Everest, onde o número de acidentes fatais tem aumentado nas últimas décadas, embora tenha diminuído no ano passado.

O governo emitiu 334 autorizações nesta temporada, contra 328 no ano passado, com um número igual de guias assistentes que, frequentemente, fazem trabalhos perigosos, como fixação de cordas e escadas para tornar a montanha mais segura para seus clientes.

Chocados e desmoralizados pelo acidente, vários guias sherpa pediram que a montanha de 8.850 metros seja fechada para expedições durante a popular temporada de escalada que dura todo o mês de maio deste ano como um sinal de respeito aos mortos.

"Eu me sentiria melhor se todas as expedições deste ano fossem canceladas por causa das 15 a 20 pessoas que morreram. Seria um gesto de respeito a eles. Se todos os guias sherpas fizessem isso, resolveria o problema. Além disso, o governo do Nepal deveria tentar convencer a equipe da expedição assim como as equipes de trekking", disse o guia Jyagba Sherpa, falando em Katmandu.

No entanto, alguns guias sherpas são contra o fechamento do Everest nesta temporada porque as expedições são as principais fontes de trabalho deles, que arrecadam até US$ 5 mil dólares por ano em um país com renda anual média de apenas US$ 700.

O governo, que depende em grande parte das expedições, disse que a decisão cabia aos sherpas.

"Nós emitimos permissões de escalada. Portanto, não podemos pedir a ninguém para não subir. Do mesmo modo, também não podemos forçar ninguém a subir", disse Tilakram Pandey, do Ministério do Turismo.

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