Uma mulher britânica de 26 anos sofre colapsos ao receber surpresas. As reações de Caitlin Wallace a notícias ou acontecimentos inesperados vão desde fraqueza nos joelhos e afrouxamento nos músculos da face até a colapsos totais.
Ela sofre de uma doença conhecida como cataplexia, que causa uma perda repentina na força muscular. Durante um dia na vida de Caitlin, ela pode chegar a ter até 20 colapsos. A inglesa fica sem poder se mexer, ainda que possa interpretar e escutar tudo ao seu redor. Os ataques também a fazem perder a visão momentaneamente.
Alegria, raiva, ansiedade e medo podem levar a todo tipo de reações, mas o problema de Caitlin são as surpresas. Situações comuns como cartas chegando por debaixo da porta ou mesmo a entrada repentina do marido no quarto podem ser gatilho para os colapsos.
Para a inglesa, a ideia de inferno seria uma festa surpresa. Caitling conta que hoje pode ter ataques até mesmo quando o seu celular toca. Ela conta que uma vez se sentiu envergonha ao sofrer um colapso logo após encontrar um amigo no supermercado que não via há cinco anos.
As quedas fazem a jovem ter várias feridas e ela diz ser impossível evitá-las, já que os colapsos acontecem de repente e não há tempo suficiente para se proteger antes de alcançar o chão.
John, o marido de Caitling, já conhece a rotina da esposa e aprendeu a não surpreendê-la com frequência. Até mesmo o casamento, realizado em junho de 2010, foi discreto. Quando ele tem algo de importante a dizer à mulher, faz com que ela sente antes.
Diagnóstico
Tudo começou quando a moradora da cidade de Liverpool começou a sentir uma sensação de queda a cada risada que dava, em fevereiro de 2010. No final daquela semana, toda vez que seus colegas de trabalho contavam uma história engraçada, ela simplesmente caía no chão.
Após o primeiro ataque, Caitling foi conduzida a atendimento médico sob suspeita de ter sofrido um derrame cerebral. Depois, passou pelas mãos de um neurologista que, após uma série de testes e um escaneamento do cérebro da paciente, decidiu indicá-la a um clínico especialista no hospital da Universidade James Cook, na cidade de Middlesbrough.
O diagnóstico de cataplexia veio junto com o de narcolepsia, uma condição na qual o portador tem sono excessivo durante o dia. Caitling precisou abandonar seu trabalho como recepcionista em um consultório dentário e perdeu sua carteira de habilitação para dirigir.
Em dezembro de 2010, os ataques estavam tão severos que ela deixou de sair de casa sozinha e começou a usar cadeira de rodas para se locomover, mesmo que pudesse andar normalmente. O medo de cair após um colapso repentino a fez parar de se exercitar e Caitlin acabou engordando 12,7 quilos nos últimos 12 meses. Nem mesmo cozinhar ou tomar banho eram atividades que a britânica conseguia fazer sozinha.
Atualmente, Caitlin recebe remédios que ajudam no controle da doença e pode realizar trabalho comunitário. Ela tem esperanças de conseguir um emprego de meio período em 2012. Durante o seu período mais recluso, no final de 2010, quando os ataques estavam mais frequentes e fortes, Caitlin descobriu o gosto de pela leitura e hoje em dia pensa em ser escritora.
A cataplexia pode ser controlada com anti-depressivos, pois esses remédios criam um estado químico no cérebro que restringe as complicações da cataplexia. A doença acontece somente em portadores de narcolepsia, um problema que acontece por conta da ausência de substância no cérebro responsável por regular o sono.