O número de mortos no gigantesco deslizamento de terra que no sábado (22) devastou uma localidade do estado de Washington subiu para 14 nesta segunda-feira (24), informou a polícia local, acrescentando que há 176 pessoas desaparecidas.
De acordo com o último relatório das autoridades, o deslizamento que atingiu a comunidade rural a nordeste de Seattle deixou 176 desaparecidos e não 108, como foi noticiado a princípio.
Segundo Travis Hots, chefe do Corpo de Bombeiros do condado de Snohomish, "ainda estamos no modo de resgate aqui, e a situação é muito preocupante". "Temos esperança de encontrar pessoas que ainda estejam vivas, mas não encontramos ninguém vivo desde sábado".
O diretor do Departamento de Controle de Emergências do condado, John Pennington, declarou que o número de desaparecidos deve ser considerado com cautela, já que inclui todas as pessoas que possam ter estado na área e não foram localizadas até o momento, mas que não desapareceram necessariamente no deslizamento.
Ele afirmou ainda que 49 casas de diversos tipos foram afetadas, e que, provavelmente, havia mais pessoas em suas casas do que o normal por se tratar de um fim de semana.
Segundo Pennington, "não significa" que os desaparecidos estejam mortos ou feridos.
Escombros
Os escombros deixados pelo deslizamento alcançam uma área de cerca de 2,4 quilômetros de extensão, informou o jornal "The Seattle Times".
As equipes de resgate reportaram ter ouvido vozes pedindo ajuda no sábado (22), mas Host informou à imprensa que eles "não viram, ou escutaram sinais de vida" no domingo.
Um bebê de quatro meses e sua avó estão entre os desaparecidos, segundo médicos locais.
"Estamos empregando o máximo de pessoas possível", garantiu o governador de Washington, Jay Islee, que determinou estado de emergência para a área, em entrevista coletiva no domingo.
A área é tão irregular que alguns membros da equipe de resgate "ficaram presos literalmente até as axilas", e tiveram de ser resgatados, segundo Islee.
Ajuda federal
O presidente Barack Obama declarou emergência no estado de Washington, o que permite a entrega de fundos federais para enfrentar a catástrofe.
A Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) ajudará "a salvar vidas, a proteger a propriedade e a saúde, e a aliviar o impacto da catástrofe sobre o condado de Snohomish", destacou a Casa Branca.
Helicópteros, overcrafts e socorristas trabalham na zona, onde as operações de resgate são extremamente delicadas devido à instabilidade do terreno e ao risco de novos deslizamentos.
Deslizamento em segundos
Entre os feridos, estão um bebê de seis meses e um homem de 81 anos, ambos hospitalizados em estado crítico em um hospital de Seattle, informaram médicos locais.
"O som foi como um trem de carga", contou Dan Young ao canal Komo4News. "Durou apenas 35, ou 45 segundos", acrescentou. Sua casa ficou inundada, mas permaneceu de pé.
"É muito pior do que todo o mundo está dizendo", declarou um bombeiro, que não quis se identificar, ao "The Seattle Times".
"O deslizamento teve 1,6 quilômetro de largura. Bairros inteiros desapareceram. Quando chegou ao rio (Stillaguamish), foi como um tsunami", descreveu.
A chuva tem sido particularmente forte na região das montanhas Cascade nas últimas semanas, e os serviços meteorológicos apostam em que a situação vai continuar pelos próximos dias.
A senadora Patty Murray (Washington) garantiu que haverá recursos federais para ajudar a região. Também aproveitou para agradecer aos socorristas e dar suas condolências às famílias da comunidade devastada.