Cidade na China enjaula mendigos durante festival religioso e diz que é para protege-los

Governo de Xinjian disse que medida visou “proteger” moradores de rua. Pessoas protestaram na internet contra prática, considerada humilhante

Site da "NBC News" mostra mendigos recolhidos em jaula na China | Reprodução/"NBC News"
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Chineses que participaram de um festival religioso anual na província de Xinjian, na região leste do país, encontraram dezenas de mendigos dentro de jaulas montadas nas ruas pelo governo local, afirmam jornais e sites internacionais de notícias, como a "NBC News", dos Estados Unidos, e a "BBC", da Grã-Bretanha.

O caso ocorreu no dia 15 de setembro, mas só veio à tona na imprensa após a divulgação das fotos, segundo a "NBC News". Imagens do ocorrido circularam pelas redes sociais na China e causaram revolta em internautas do país.

O governo de Xinjian, responsável pelo festival religioso que ocorre em Xishan, cidade situada dentro da província, confirmou à "NBC News" que as imagens são verdadeiras. Um porta-voz identificado apenas como Wan disse ao site que enjaular os mendigos foi a "solução" encontrada pelo poder público para resolver o problema da presença deles na festividade.

As jaulas foram usadas para "proteger" os mendigos dos mais de 100 mil peregrinos que visitam todos os anos o templo de Wanshou, onde ocorre o festival, disse o governo local à "BBC". Segundo o poder público, as jaulas eram um "abrigo temporário" para os moradores de rua e eles entraram voluntariamente.

"Nós tínhamos que considerar os dois lados: os peregrinos e os mendigos. Há falsos moradores de rua que apenas querem tirar dinheiro dos peregrinos. Nós vimos como os peregrinos eram incomodados pelos mendigos no passado. Por outro lado, a feira do templo é tão lotada que os moradores de rua podem ser atropelados por carros ou pisoteados pela multidão", disse Wan à "NBC News".

Internautas protestaram contra o governo da província com mensagens na versão chinesa do Twitter, o Weibo. "É como um zoológico. É uma forma de pisotear a dignidade dessas pessoas", disse um usuário.

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