Medida agrava disputa regional entre os dois países. Governo chinês alega que decisão é para "proteção contra possíveis ataques aéreos" a seu território. Japão protesta e diz que "jamais aceitará" essa determinação.
Em mais um capítulo da acirrada disputa envolvendo as ilhas no Mar da China Oriental controladas pelo Japão, mas reivindicadas por Pequim, o governo chinês estabeleceu, neste sábado (23/11), uma "zona de defesa aérea" sobre a região. Segundo o anúncio do Ministério da Defesa, a medida serve para proteger o território do país "contra possíveis ataques aéreos".
Além do anúncio, o governo chinês emitiu instruções de como aeronaves devem se comportar na área, sob a ameaça de retaliação militar. A China determina, entre outras coisas, o fornecimento de planos de voo detalhados, além da informação clara sobre os países de origem das aeronaves.
Protesto
O Japão protestou neste sábado contra a "zona de defesa aérea", que cobre uma grande área entre a Coreia do Sul e Taiwan e inclui as ilhas que estão sob seu controle. Através de telefonema, um alto funcionário do Ministério do Exterior japonês informou à embaixada chinesa em Tóquio que o país "jamais irá aceitar a zona estabelecida pela China", avisando que a situação pode se tornar "muito perigosa", se Pequim optar por um agravamento da disputa.
Pequim reivindica há anos a posse do grupo de ilhas não habitadas no Mar da China Oriental, chamado de Senkaku pelos japoneses e de Diaoyu pelos chineses. A área é rica em peixes e fica em uma região onde se suspeita haver depósitos de petróleo e gás.
O governo chinês envia frequentemente navios para a área ao redor das ilhas, provocando a irritação do Japão. Devido ao clima tenso na zona, há preocupação internacional de uma confrontação militar entre os dois países.
No ano passado, ocorreram protestos em várias cidades chinesas, depois que o governo japonês estatizou três das ilhas, que eram de propriedade privada.