Um hospital britânico admitiu culpa depois que uma adolescente de 14 anos ficou paralisada da cintura para baixo devido a um erro médico.
Sophie Tyler foi internada no Hospital Infantil de Birmingham no dia 27 de maio de 2008 para passar por uma cirurgia de cálculo biliar, mas a anestesia peridural não foi retirada no momento certo, danificando permanentemente sua coluna vertebral.
A família da jovem, hoje com 17 anos, diz que um dia após a operação, Sophie reclamou de falta de sensibilidade na perna direita. Após mais um dia, a falta de sensibilidade passou a afetar ambas as pernas e ela mal conseguia mexer os pés.
Apesar disso, funcionários do hospital só retiraram a anestesia na noite do dia 29 de maio.
Uma ressonância magnética realizada no dia seguinte revelou que o anestésico havia infiltrado a medula, danificando as membranas e deixando a menina paralisada da cintura para baixo.
Universidade
Sue Tyler, mãe de Sophie, disse que o episódio mudou completamente suas vidas.
"Ela era uma adolescente sociável e sua vida foi transformada de uma hora para a outra e todos nós tivemos que nos conformar com o que aconteceu", diz ela.
"Sophie ainda está estudando e pretende cursar universidade, mas para fazer isso ela teve de ser extremamente determinada e precisa de muito apoio para permitir que ela alcance seus objetivos."
O advogado Tim Deeming, que representa a família, diz que "a não ser pelas pedras na vesícula, Sophie era uma menina muito saudável e ativa".
"Ela e sua família confiaram no hospital e acreditaram que em poucos dias ela estaria a caminho da recuperação. Aos 14 anos, receber a notícia de que você nunca mais vai andar é inimaginável. E foi muito difícil descobrir que os erros poderiam ter sido evitados."
O hospital disse "sentir profundamente" pelo que aconteceu com Sophie e assumiu total responsabilidade pelo episódio, o que abre caminho para um acordo de compensação financeira.
"Nossos cuidados ficaram abaixo dos altos padrões de serviço que normalmente oferecemos e desde então implementamos uma série de mudanças para garantir que isso nunca mais ocorra", disse Din Diwakar, chefe de serviços médicos do Hospital Infantil de Birmingham.