A incontinência urinária é um problema que causa isolamento social das pessoas com o problema, segundo dados de uma pesquisa divulgada no último Congresso Brasileiro de Urologia. Por isso, é necessário que o tratamento comece cada vez mais cedo, como alerta o urologista Giuliano Aita, lembrando que na última quarta-feira (14) foi o Dia Mundial da Incontinência Urinária.
O fato de ter uma data para lembrar o problema, segundo o especialista, mostra o quanto ele é relevante para o debate e como afeta muitas pessoas em todo o mundo. ?A incontinência é uma perda involuntária de urina. Existem vários graus do problema, desde aquela causada por mínimos esforços, como a conhecida como urgência miccional. Ambas causam embaraço para o paciente e por isso precisamos tratar adequadamente?, comenta Giuliano Aita.
Ele cita que a pesquisa apresentada no último congresso, em Florianópolis, no ano passado, envolveu 1.217 pessoas com incontinência urinária de diversos países, entre os quais Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Brasil. Os resultados demonstraram que o distúrbio promove um impacto negativo na qualidade de vida, principalmente para os brasileiros avaliados.
Comparado com a média dos demais países, os brasileiros mostraram-se mais incomodados com a incontinência urinária. Para 87% dos participantes do levantamento, os sintomas foram considerados moderados ou graves.
Ainda segundo o especialista, a perda involuntária de urina pode vir acompanhada, ou não, da síndrome da bexiga hiperativa, caracterizada pela vontade excessiva e urgente de urinar. ?Em ambas as situações, o especialista deve ser consultado, nesse caso um urologista. Precisamos avaliar cada situação e todas as suas particularidades para sugerirmos o tratamento ideal para evitarmos não somente um isolamento social, mas também casos graves de depressão e até insuficiência renal?, diz Giuliano.
Hoje, a incontinência pode ser tratada desde com medicação oral, exercícios pélvicos, reeducação alimentar e, no caso da bexiga hiperativa, existe a possibilidade do uso de botox. A toxina é aplicada diretamente na bexiga e pode inibir as contrações involuntárias, que provocam a incontinência.