O australiano Geoffrey Ostling, de 62 anos, quer doar a própria pele tatuada a um museu ou galeria de arte no país quando morrer.
O professor de história aposentado começou a tatuar o corpo aos 42 anos, e considera as 62 tatuagens espalhadas pelo corpo "uma obra de arte".
"Quando eu morrer meu corpo vai junto, e não quero que todo o trabalho que tive seja enterrado comigo", disse ele, que contou também que o museu nacional de Canberra já o questionou sobre se ele realmente consideraria fazer a doação.
Ostling vai garantir a doação colocando-a no seu testamento. Porém, o problema, segundo ele, "é que pode haver o interesse (do museu) agora, mas daqui há alguns anos, quando eu morrer, as pessoas na diretoria do museu podem não querer", disse o professor, que começou a se tatuar após se aposentar.
Plantas e monumentos
A paixão do australiano por arte e flores hoje é visível por todo o seu corpo. São flores e plantas coloridas e variadas, nativas e estrangeiras, do pescoço aos pés, incluindo a ponte de Sydney e a Opera House.
Ostling foi tatuado por artistas de várias partes do mundo, como italianos, neozelandeses e um brasileiro, e já gastou cerca de R$ 70 mil em tatuagens.
"Fiz as folhas de eucalipto na parte direita da barriga dele", disse Luciano Lima, que trabalha como tatuador em Sydney, à BBC Brasil.
Ostling considera a tatuagem única. "Ela não é como cartões postais, que você vai escolhendo qualquer um. Foi tudo planejado", disse ele.
O ex-professor explicou que esse tipo de tatuagem, cobrindo o corpo todo, pode levar de 15 a 20 anos para se completar. A dele, no entanto, vai levar ainda mais.
"Ainda tenho que acabar as tatuagens de um dos braços", disse ele. "Não sei se quando acabar as que faltam, farei mais."
Questionado sobre o por que de tantas tatuagens, o australiano respondeu que "são como chocolate. Você faz uma e quer mais".
O tema da tatuagem do australiano é "todas as flores de um jardim de Sydney".
O conceito de doar a pele de Ostling já foi documentado em um filme na Austrália sobre anatomia.
Segundo o diário "Daily Telegraph", o especialista em taxidermia de Sydney Sascha Smith disse que seria um desafio conservar as tatuagens, mas o processo não seria diferente ao de remover a pele de um animal.