O período de isolamento social pode ser de aproveitamento científico. Os grupos de estudos, Grupo de Estudos de Biodiversidade (GBio) e Grupo de Estudos de Animais Selvagens da Universidade Federal do Piauí (GEAS) realizam minicursos gratuitos on-line, através da plataforma Google Meet, sobre temas da biodiversidade e pandemia à Covid-19.
A capacitação da rodada de palestras é necessária pelo crescimento cada vez maior do interesse na área de animais silvestres, que ainda é pouco explorado pela grade curricular dos estudantes. Os grupos, juntos, somam 14 pessoas. Conforme o presidente do GBio, do campus Cinobelina Elvas, em Bom Jesus, Emilio Tavares, a iniciativa surgiu como idéia dos alunos de não pararem por conta da pandemia.
"O mais importante é transmitir conhecimento, e capacitar mais pessoas para atuar na área de silvestres e também abordar temas que geralmente não são vistos durante a graduação. A gente fez contato com profissionais de todo o Brasil de diversas áreas, nesse primeiro mês a gente abordou o tema mais voltado para a Medicina Veterinária, abordando clínica e manejo. Já nesse segundo mês a gente vai focar mais na conservação da biodiversidade e no fortalecimento dela para o combate de outras epidemias", conta Emilio Tavares.
No decorrer do mês de abril foram realizados 12 minicursos online, através da plataforma Google Meet. Cada um contam com carga horária de 4 horas, certificados e podem participar em média 200 participantes com lotação máxima de 250 pessoas. São três minicursos por semana aberto para todos. Na quinta (30/04) ocorre palestra sobre Ortopedia em Aves Silvestre com o Dr. Clayton da Exotic Goiana.
A programação do projeto terá continuidade no mês de maio e junho, dessa vez abordando biodiversidade e também tratará sobre a Covid-19, tudo sob a perspectiva científica e com profissionais da área. Conforme explica a coordenadora dos dois grupos, GBio e GEAS da UFPI, Lilian Catenacci, o projeto, que começou por total iniciativa dos alunos, galgou proporções enormes. É isso mostra um dos papéis da universidade, que é gerar cidadãos pró-ativos, críticos e com a visão de repasse do aprendizado para toda a sociedade".
“A procura está alta de estudantes e profissionais espalhados pelo país todo assistindo, é realmente um super sucesso a iniciativa dos alunos. O projeto já se encontra cadastrado na pró-reitoria de extensão da UFPI, como parte das estratégias ao enfrentamento desta pandemia", destaca.
Para a presidente do GEAS, Maria Clara, o grupo surgiu da iniciativa de alunos de veterinária da UFPI em Teresina que tinham interesse pela área de medicina e conservação de animais selvagens. Na Capital o grupo já realiza algumas atividades com animais no plantel, no hospital veterinário e no parque zoobotânico.
"Existe uma ideia muito forte dentro do nosso curso que nossa área (medicina de silvestres e pets exóticos) que não tem mercado aqui em Teresina, precisamos mostrar que isso é uma ideia muito fechada e que sim, existe a possibilidade de trabalhar com isso aqui mesmo. Então decidíamos nos reunir e concentrar nossas informações para transmitir aos outros alunos", relatou.
As temáticas abordadas foram voltadas para a clínica, manejo e conservação de animais silvestres, exóticos e selvagens. Dentre os temas desenvolvidos, estão: Hipovitaminose C em Porquinhos-da-Índia, Neonatologia em Felinos Selvagens, Atendimento Clínico em Aves, Ozonioterapia na Clínica de Pets Não Convencionais, Medicina e Conservação de Preguiças, Manejo de Felídeos em Zoológico, Semiologia de Répteis, Desafios do Diagnóstico de Animais Silvestres e Exóticos, Hematologia Clínica em Animais Selvagens, Clínica e Manejo de Lagomorfa e Rodentia, Clínica Médica de Répteis criados como Pets e Anestesia em Primatas.
Ouvintes em todos os estados e o distrito federal, além de mais dois países Costa Rica e Colômbia, também participaram do evento.