A General Motors retomou em 2011 o título de maior montadora do mundo da rival Toyota. A confirmação aconteceu após a Toyota, antiga líder, divulgar que suas vendas caíram 6% em 2011, para 7,9 milhões de veículos, atingidas por severos cortes de produção após o terremoto e tsunami no Japão e enchentes na Tailândia.
No entanto, a companhia norte-americana enfrenta o desafio de ficar no topo este ano diante da recuperação da montadora japonesa após desastres. A GM, que se recuperou de uma situação de concordata menos de três anos atrás, informou nesta quinta-feira (19) que vendeu 9,026 milhões de veículos no mundo no ano passado, alta de 7,6% sobre 2010. A marca Chevrolet teve recorde de vendas de 4,76 milhões de veículos.
A volta da montadora de Detroit ao topo do ranking acontece depois que a reestruturação financiada por recursos públicos dos Estados Unidos permitiu à empresa reduzir custos.
Por outro lado, a montadora japonesa está aumentando a produção para reconstituir estoques esvaziados e vai adicionar capacidade em mercados emergentes como Brasil e China este ano. Mas analistas afirmam que a empresa também enfrenta competição mais dura. "O maior problema da Toyota é que, mesmo antes dos desastres naturais, as vendas não estavam crescendo", disse o analista Kohei Takahashi, do JPMorgan.
"O ranking não é tão importante, mas eles precisam de uma estratégia convincente para ampliar as vendas", afirmou, acrescentando que a Toyota está atrás de rivais como a Nissan no lançamento de carros pequenos para mercados emergentes.
Na tentativa de alcançar as rivais, a Toyota está construindo fábricas no Brasil, China, Tailândia e em outras partes, com meta de vender metade de seus veículos em mercados emergentes até 2015, hoje em 40%.As vendas globais da Toyota em 2011 incluíram as subsidiárias Daihatsu e Hino Motors e colocaram a montadora atrás da Volkswagen, que vendeu 8,16 milhões de veículos no ano passado.
As vendas da Toyota também ficaram atrás dos 8,03 milhões de veículos vendidos pela Renault com a parceira Nissan, embora este número inclua 638 mil carros vendidos pela russa AvtoVAZ, na qual o grupo francês detém participação de 25%. Excluindo a AvtoVAZ, a Toyota continuou na frente.
A Toyota não deu previsão de vendas para 2012 para o grupo, mas informou que espera que as vendas da controladora cresçam 20 por cento, para um recorde de 8,48 milhões de veículos. Daihatsu e Hino venderam em conjunto cerca de 850 mil unidades em 2011.
Liderança questionada
Embora os números mostrem a liderança da GM, especialistas e a Volkswagen questionam a posição. De acordo com informações publicadas no jornal norte-americano "The Wall Street Journal", a General Motors colocou no cálculo as vendas da chinesa SAIC, com quem forma a joint-venture China Motor Corp, e da Wuling Liuzhou Motors Co, especializada em veículos comerciais baratos ? o que soma 1,2 milhão de unidades.
Já a Volkswagen argumentou que, de fato, foi o "top-seller" em 2011, pois as vendas das empresas em que têm participação majoritária não foram inclusas. É o caso das fabricantes de caminhões MAN SE e Scania AB, "que será adicionado ao grupo em poucas semanas", diz o jornal sobre uma conversa com um porta-voz da companhia. Os fabricantes de caminhões poderiam acrescentar 200 mil veículos ao total de vendas da VW.