Filme muscular gera robôs de células cardíacas e silicone

Filme muscular gera robôs de células cardíacas e silicone

|
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos conseguiu cultivar c?lulas do m?sculo card?aco de ratos sobre uma superf?cie el?stica, criando uma fina l?mina muscular capaz de mover-se, contrair-se - espontaneamente ou em resposta a est?mulos el?tricos - e, at?, nadar, como um rob? biol?gico.

Segundo o pesquisador Kit Parker, da Universidade Harvard, o novo material poder? ser usado na cria??o de tecidos ou ?rg?os para transplantes, pr?teses ou, mesmo, de motores que imitem as fun?es de m?sculos vivos.

O substrato el?stico usado ? o polidimetilsiloxano, ou PDMS, um silicone mais conhecido como "recheio" de alguns tipos de pr?tese de seios.

A superf?cie de PDMS foi tratada para aderir ?s c?lulas card?acas jovens de modo a garantir que crescessem na configura??o correta: dependendo da disposi??o e orienta??o das c?lulas, cada vers?o do produto - chamado pelo criadores de filmes musculares delgados, ou MTFs, na sigla em ingl?s - demonstrou movimentos diferentes, dando origem a "rob?s" que nadavam, andavam, contra?am-se ou espiralavam-se.

"Em uma s?rie de etapas, trabalhamos a qu?mica da superf?cie do PDMS at? conseguirmos uma matriz de prote?nas no padr?o desejado", explicou Parker, em entrevista ao estadao.com.br. "Ent?o, os mi?citos (c?lulas de m?sculo card?aco) prenderam-se ? matriz, que estava fixada rigidamente no PDMS. Os mi?citos formam prote?nas deles mesmos que lhes permitem agarrar a matriz".

Como os mi?citos s?o c?lulas vivas, os MTFs precisam de nutri??o e oxig?nio para viver. "O meio em que eles funcionam precisa ter todos os componentes necess?rios para sustentar o metabolismo normal da c?lula", diz Parker.

"Nossas cria?es s?o delgadas, com a espessura aproximada de uma ?nica c?lula. Por conta disso, n?o precisamos construir um sistema vascular no m?sculo, o que evita um bocado de trabalho j? que, como est?, o oxig?nio pode se difundir livremente pelos mi?citos", explica.

Segundo o pesquisador, o MTF parece ser mais forte que uma massa equivalente de m?sculo natural dos ratos. "Mas ? dif?cil fazer compara?es, j? que o nosso (m?sculo) trabalha em solu?es dentro de um laborat?rio, e feixes de m?sculos tridimensionais s?o projetado para trabalhar em seres vivos, o que fazem muito bem, ali?s".

Em v?deos publicados no website da revista Science, MTFs aparecem abrindo-se e fechando-se como pin?as, ou em espirais que se estreitam e relaxam, como molas de rel?gios. Segundo Parker, as poss?veis aplica?es dos filmes podem ser tanto biom?dicas quanto mec?nicas.

"Eles poder?o ser usados em pr?teses de tecidos, como curativos para feridas e como motores para aparelhos que exijam algumas das funcionalidades exclusivas dos organismos vivos. Podem ser usados no teste de novas drogas", para simular como uma subst?ncia afetar? o ritmo de batimento card?aco.

"E para estudar a biomec?nica da nata??o de formas de vida marinhas", acrescenta Parker.

Como exemplo pr?tico dessa ?ltima aplica??o, no artigo publicado na Science sobre o trabalho os cientistas descrevem o uso de MTFs para recriar o movimento de nata??o do basilossauro, uma forma primitiva de baleia que viveu no per?odo eoceno, h? cerca de 35 milh?es de anos e que, acredita-se, nadava como uma enguia, oscilando o corpo para cima e para baixo.

Para criar seus minibasilossauros de silicone, Parker e colegas cortaram peda?os triangulares de MTF cultivados em uma base de 30 micr?metros - mil?simos de mil?metro - de espessura. Est?mulos el?tricos levaram ? contra??o e relaxamento das c?lulas musculares, fazendo o tri?ngulo nadar. E o est?mulo el?trico aplicado "pode ser escolhido de forma a maximizar a dist?ncia percorrida por ciclo de contra??o" das c?lulas, diz o artigo.

Al?m disso, diferentes configura?es das c?lulas no filme geraram nadadores de desempenho distinto.

E a que novas tecnologias o MTF poderia dar origem? "Remendos para ?reas infartadas do cora??o, remendos para m?sculos destru?dos, cria??o de ?rg?os artificiais",

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES