Um juiz dos Estados Unidos tornou público nesta sexta-feira (12) o mandado de busca e apreensão que justificou a operação do FBI na casa de Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, na última segunda-feira (8).
O FBI apreendeu 11 conjuntos de documentos classificados —entre esses papéis, havia alguns que tinham marcas que deixavam claro que quatro eram ultrassecretos e três eram secretos (esses são dois dos níveis mais altos de sigilo da classificação americana).
O mandado de busca da operação do FBI na indica que o ex-presidente está sob investigação criminal por possíveis violações de uma lei que trata das informações de Inteligência — conhecida como Lei de Espionagem —, de uma que trata de obstrução de Justiça e destruição de documentos federais, e de uma terceira que se refere à ocultação, remoção e danificação de documentos federais. Junto do mandado, foi divulgado também um recibo descrevendo os itens apreendidos na casa. A lista mostra que os agentes do FBI encontraram documentos classificados como da mais alta confidencialidade, o que parece confirmar que o ex-presidente guardava documentos em sua residência particular que exigem tratamento especial, só podendo ser acessados em instalações autorizadas, e um processo formal do governo antes de terem seu sigilo suspenso. Foi o Departamento de Justiça (órgão equivalente ao Ministério da Justiça) que pediu um mandado ao juiz Bruce Reinhart. Ao fazer o pedido, o departamento argumentou que tinha motivos para acreditar que Trump violou a Lei de Espionagem, uma lei federal que proíbe a posse ou transmissão de informações de defesa nacional. Agentes do FBI levaram mais de 30 itens, incluindo mais de 20 caixas, pastas de fotos, uma nota manuscrita e a concessão executiva de clemência para Roger Stone, um aliado de Trump amigo de longa data. Também foram incluídas na lista informações sobre o "presidente da França". O mandado de busca na casa de Trump na Flórida no início desta semana deu a agentes federais norte-americanos autoridade para apreender documentos e registros que constituíssem evidências de itens possuídos ilegalmente, informou a rede Fox News.