O estudo “O futuro das mulheres no trabalho”, do McKinsey Global Institute, centro de pesquisas da consultoria empresarial McKinsey & Company, diz que a evolução tecnológica irá afetar até um em cada quatro trabalhadores (25% do total) no mundo até o ano de 2030. As informações são do Valor Investe.
Para ocupar as novas vagas, os profissionais deverão adquirir habilidades técnicas de bom relacionamento com a tecnologia. Mas também serão exigidas habilidades cognitivas, como pensamento crítico e interação interpessoal.
Conforme as pesquisadoras, os novos postos de trabalho devem ser mais produtivos, pagar melhor e trazer mais satisfação ao trabalhador de modo geral.
Divulgado esta semana no Women Deliver Conference, maior evento de igualdade de gênero do mundo, o levantamento alerta para o risco de a nova ordem no mercado de trabalho acentuar as diferenças entre homens e mulheres.
Alguns postos de trabalho irão sumir completamente. Outros, ficarão escassos e há ainda os que terão mudanças radicais nas funções. Por exemplo, operadores de maquinário devem perder 40% das vagas. Em contrapartida, o setor de saúde deve ganhar 25% mais vagas no período.
Women Deliver/Divulgação
“À primeira vista, pode parecer que homens e mulheres estão participando da mesma corrida (por oportunidades) na era da automação. A distância pode até ser similar, mas as mulheres correm com um peso nos tornozelos. Se investirmos em remover esse peso, não só elas vão atingir excelente sucesso econômico para si, mas vão ajudar a fortalecer negócios e economias pelo mundo”, diz Kweilin Ellingrud, sócia da McKinsey and coautora do estudo.
As pesquisadoras afirmam que se a era da automatização não for coordenada para ter igualdade de gênero, o futuro será de perdas de conquistas femininas e prejuízos estimados em US$ 12 trilhões na economia global. É o preço que o mundo pagará pela falta de equiparidade.
Historicamente homens são os primeiros a ocupar vagas de transição no mundo do trabalho. Nos Estados Unidos, eles ocupam 60% dos postos que surgiram recentemente. Em todo o mundo, eles têm 33% mais acesso à internet que as mulheres, o que sugere mais proximidade com a tecnologia. As mulheres têm ainda o desafio de conciliar a segunda jornada de trabalho. “Se elas já têm uma e duas jornadas de trabalho, terão de arranjar tempo para uma terceira. É nela que irão se preparar para as mudanças que vão ocorrer no mercado de trabalho e irão exigir novas habilidades”, afirma a sócia do McKinsey Global Institute Lareina Yee.