A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina de Fukushima, anunciou nesta sexta-feira uma perda recorde durante o ano fiscal encerrado em março e a renúncia de seu presidente, como consequência da crise nuclear. A empresa perdeu 1,25 trilhão de ienes (10,68 bilhões de euros) no ano fiscal de 2010, devido sobretudo à crise nuclear, o que contrasta com o lucro líquido de 133,78 bilhões de ienes (1,14 bilhão de euros) registrado no ano fiscal de 2009.
Trata-se da maior perda líquida registrada na história por uma companhia japonesa não financeira, impulsionada pelos números vermelhos extraordinários de 1 trilhão de ienes (8,55 bilhões de euros) devido à crise nuclear em Fukushima após o tsunami de 11 de março.
Durante a apresentação dos resultados, a Tepco anunciou que o atual presidente, Masataka Shimizu, renunciará como forma de assumir a responsabilidade pelo acidente nuclear e será substituído por Toshio Nishizawa, atual diretor-geral, no fim de junho. A empresa cifrou o investimento em segurança, destinado a resfriar os reatores e a evitar a expansão das emissões radioativas em 426 bilhões de ienes (3,63 bilhões de euros), e em 49,7 bilhões (424 milhões de euros) o custo para reativar suas centrais térmicas.
A Tepco confirmou ainda que decidiu desmantelar os quatro reatores que seguiam operacionais na usina e que ainda estão gravemente afetados pelo tsunami de 11 de março, e calculou o custo da operação em 207 bilhões de ienes (1,768 bilhão de euros). A companhia abandona também o plano de construir dois novos reatores na usina de Fukushima Daiichi, o que equivale a cerca de 39,3 bilhões de ienes (335 milhões de euros) em perdas. Além disso, planeja realizar uma redução de pessoal, mas os detalhes do plano só serão conhecidos ao longo do ano.
A Tepco é uma das principais companhias elétricas do Japão, responsável pelo fornecimento na região onde se encontra a capital japonesa, com mais de 30 milhões de habitantes.