O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (12) que há razões para se duvidar da eficácia do afrouxamento de políticas monetárias nas atuais circunstâncias, citando ainda bancos centrais que têm recorrido a rodadas de "quantitative easing" (compra de ativos) para impulsionar suas economias.
"As taxas de juros reais têm sido negativas ou próximas a zero por um bom tempo sem impulsionar uma clara recuperação no consumo ou no investimento privado", completou Mantega, que está em Tóquio para participar de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Segundo Mantega, "apesar de uma série de medidas tomadas pelos países avançados, o crescimento permanece fraco, com baixa confiança e alto desemprego".
"Temos argumentado por algum tempo que políticas fiscais draconianas podem ser contraproducentes", acrescentou.
Federal Reserve
Em setembro, o Federal Reserve, banco central norte-americano, lançou um programa agressivo de estímulo para compras de US$ 40 bilhões em dívida hipotecária por mês.
Mantega declarou também que parece existir um consenso entre os Brics ? grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ? de que um plano de gerenciamento de reservas pode ter efeito positivo de precaução, ajudando a evitar pressões de liquidez de curto prazo e fornecendo apoio mútuo.
"Isso também ajudaria a fortalecer a malha de segurança financeira global e complementar acordos internacionais existentes", acrescentou.