O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conversou por telefone na sexta-feira (27) com os presidentes de Argentina, Cristina Kirchner, e da Bolívia, Evo Morales, para coordenar a "defesa" do governo argentino contra os fundos especulativos, que cobram do país uma dívida de US$ 1,33 bilhão.
"Estamos na América Latina coordenando todo o apoio à Argentina contra os "fundos abutres", que são mecanismos para saquear nossos países (...). Estamos ativos na defesa da República Argentina", disse Maduro em um ato público na noite desta sexta.
"Transmiti (a Kirchner) a solidariedade do povo da Venezuela com a luta da nossa irmã Argentina contra um dos mecanismos mais horrorosos da especulação financeira, que tem destruído a economia no mundo nos últimos anos, os chamados fundos abutres".
O juiz americano Thomas Griesa impediu a Argentina na sexta-feira de pagar parte de sua dívida reestruturada, ao considerar "ilegal" o envio de dinheiro para os credores que aceitaram renegociar. A corte não embargou os recursos, porém, tendo determinado sua devolução a Buenos Aires.
Na quinta-feira, a Argentina anunciou depósitos em diversos bancos para pagar títulos da sua dívida reestruturada, mas não se dispôs a pagar os fundos especulativos que ganharam uma ação na corte de Griesa e que exigem o valor integral de seus títulos.
O Ministério argentino da Economia emitiu uma nota oficial nesta sexta na qual afirma que Griesa cometeu um "abuso de autoridade" ao impedir os pagamentos. Segundo o comunicado, a decisão é "insólita e inédita".
Na nota, o Ministério argentino afirmou ainda que Griesa "pretendeu anular o pagamento já realizado pela Argentina".