Xangai, a capital econômica da China vive um novo surto da Covid-19. O lockdown total da cidade de Xangai começou no início de abril e começou a gerar revolta nos moradores e afetar setores econômicos. Principalmente após das medidas restritivas impostas pelas autoridades.
Nos últimos dias, imagens de trabalhadores em trajes de proteção brancos selando entradas de conjuntos habitacionais e fechando ruas inteiras com cercas verdes viralizaram nas redes sociais. A situação gerou revolta da população, provocando novos protestos públicos. A informação é da Reuters.
A cidade sofre a pior onda de covid desde o início da pandemia e o lockdown está forçando grande parte dos 25 milhões de habitantes da cidade chinesa a ficar dentro de casa.
Impacto econômico mundial
A metrópole chinesa não é apenas um centro financeiro global, mas também um dos portos de carga mais importantes para o comércio internacional. No entanto, o confinamento tem dificultado a chegada dos caminhões para levar as mercadorias a outros locais ou distribuí-las às fábricas próximas. Muitas indústrias, como a Volkswagen e a Tesla, tiveram que interromper suas atividades.
"As restrições afetam principalmente as estradas de entrada e saída do porto, resultando em um acúmulo de contêineres e uma redução de 30% na produtividade", explica Mike Kerley, gerente de investimentos da empresa Janus Henderson, em reportagem da BBC.
Soma-se a isso a carência de trabalhadores portuários para processar os documentos necessários para que os navios desembarquem suas mercadorias ou façam a inspeção de saída. Agora os barcos também estão se acumulando na costa e nos canais ao redor do porto esperando o sinal verde para atracar.
Milhares de contêineres estão se acumulando no porto, colocando mais uma vez a cadeia de suprimentos global em xeque justamente quando os analistas estavam confiantes em sua recuperação após a pandemia.
Consequências para a economia global
As consequências globais são cadeias de suprimentos tensas, fluxo lento de importações e aumento da inflação.
"Há muita preocupação de que as exportações sejam afetadas e do impacto inflacionário no mundo, inclusive na América Latina, que é um grande parceiro comercial da China", diz Alicia García-Herrero, economista-chefe para Ásia-Pacífico do banco de investimentos Natixis, em reportagem da BBC.