A inflação vai cair em outubro. A garantia é do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para quem "de jeito nenhum" o IPCA, índice oficial da meta de inflação, ficará acima da taxa registrada em setembro, quando atingiu o pico do ano ao bater em 7,31% no acumulado de doze meses.
Para Tombini, que chegou a prever que o ponto mais alto da inflação em 2011 seria em agosto, nem mesmo uma piora no cenário externo muda sua previsão. "Não. Estamos acompanhando isso. Temos coletas diárias e elas estão vindo, na margem, entre 0,30% e 0,40%", contra uma taxa mensal no mês passado de 0,53% e de 0,75% em outubro do ano passado.
Em entrevista à Folha, na sede do banco em São Paulo, Tombini tratou ainda de embates que tem protagonizado, incluindo as acusações de que o BC, sob sua administração, se tornou mais imprevisível, assumiu mais riscos e está mais moderado no combate à inflação.
Essa postura lhe rendeu o apelido de "pombini" no mercado financeiro -- referência ao jargão que classifica de "pombo" banqueiros centrais adeptos de uma política monetária mais suave no combate à inflação.
"Se é essa a avaliação, eu estou muito bem acompanhado no mundo hoje em dia", rebate Tombini, que acredita ter sido convidado pela presidente Dilma por ter "afinidades" com ela.
Ele diz ainda que o BC não pode adotar uma política de ser imprevisível e que, no curto prazo, o país não pode ter uma meta de inflação abaixo de 4,5%.
Presidente engresso do quadro de funcionários do banco, ele espera terminar seu mandato com inflação na meta de 4,5% e um crescimento sustentável para o país, que ele calcula estar hoje entre 4,5% e 5%.