As companhias aéreas transportaram um volume 16,5% menor de carga e 7,2% mais baixo de passageiros em junho em relação ao mesmo mês do ano passado, com nenhum sinal à vista ainda de um fim da recessão, informou a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) nesta quinta-feira (30).
Na mais recente leitura mensal sobre o tráfego, a Iata informou que pode levar ainda alguns anos para que o transporte de cargas, um indicador da saúde do comércio global, retorne aos níveis de 2008. "Estes são tempos extremamente desafiadores para as companhias aéreas. Não há sinais de um início de recuperação econômica", informou a Iata, alertando que a contínua fraqueza pode render problemas para as transportadoras. "As companhias aéreas estão vendo quedas de até 30% na receita internacional no começo do período de junho a agosto, quando elas tradicionalmente ganham dinheiro. A perspectiva continua sombria", afirmou o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani.
A Iata estimou que as companhias aéreas perderão US$ 9 bilhões em 2009, depois de terem acumulado prejuízo de US$ 8,5 bilhões em 2008, quando os altos preços do petróleo atingiram os resultados e a crise financeira reduziu a demanda por viagens de negócios e lazer. A associação, que representa 230 companhias aéreas, informou que há novos riscos em 2009 com o avanço dos preços do petróleo e temores de que a gripe A (H1N1) possa encolher ainda mais a demanda de passageiros.
O tráfego aéreo de cargas caiu pelo décimo terceiro mês consecutivo na comparação anual, refletindo menores exportações e a dependência maior de alguns exportadores por transporte marítimo durante a recessão. "No atual ritmo, provavelmente levará vários anos antes que a demanda retorne aos níveis do começo de 2008", informou a Iata.
Para a associação, houve alguns sinais de aumento na atividade da China e de outros países asiáticos emergentes em junho, contudo, os indícios foram ofuscados pela fraqueza na Europa e na América do Norte, onde os consumidores "escolheram pagar as dívidas em vez de elevar os gastos". As companhias aéreas têm reduzido os preços das passagens, tanto na classe econômica como na executiva, para encorajar as pessoas a continuarem voando durante a recessão, e "após anos de redução de despesas, o espaço para mais cortes é limitado", alertou a Iata. "A flexibilidade está crítica para encontrar novas fontes de capital e novos mercados", acrescentou a associação.