O dono do império de luxo LVMH, o francês Bernard Arnault, homem mais rico da França e da Europa e o quarto do mundo, tentou neste domingo (9) conter a polêmica em torno de seu pedido de nacionalidade belga e garantiu que vai continuar a pagar seus impostos na França.
Este pedido de nacionalidade belga - classificado pelo vice-ministro da Economia Solidária, Benoit Hamon, de "não muito patriótico" - não deve ter uma interpretação política, segundo afirmou Arnault à AFP.
"Tenho e continuarei tendo meu domicílio fiscal na França e por isso cumprirei, como todos os franceses, com o conjunto de minhas obrigações fiscais", reiterou Arnault.
No sábado, ele já havia desmentido que tinha a intenção de se exilar na Bélgica por razões fiscais, mas confirmou que pediu a dupla nacionalidade franco-belga.
"Ao contrário das informações publicadas, Bernard Arnault precisa que é e continua sendo residente fiscal francês", indica um comunicado difundido pelo magnata depois que o jornal belga La Libre Belgique informou sobre suas gestões de nacionalização iniciadas em Bruxelas.
A notícia do jornal deu livre curso às especulações sobre a relação entre sua decisão e os projetos fiscais do governo francês, já que o presidente François Hollande reiterou recentemente sua intenção de tributar em 75% as pessoas com maiores rendimentos, uma das principais promessas de sua campanha.
Ligado ao ex-presidente Nicolas Sarkozy e liberal declarado, Arnault possui uma fortuna que a revista Forbes calcula em 41 bilhões de dólares. Em 1981, depois da vitória de esquerda na França, Arnault se exilou durante três anos nos Estados Unidos.
Descartando as questões fiscais e explicando as razões que motivaram sua decisão, o comunicado assinala que "Arnault, originário do norte da França, tem inúmeros vínculos com a Bélgica, tanto no plano pessoa e familiar como profissional".