O dólar registrava leves variações ante o real nesta terça-feira (18), em linha com o exterior, ainda com cautela diante do impasse na Ucrânia, mas com investidores um pouco mais tranquilos após declarações do presidente russo, Vladimir Putin, sugerirem menor chance de a crise na Crimeia se intensificar no curto prazo.
Por volta das 15h55, a moeda dos Estados Unidos tinha leve queda de 0,34%, a R$ 2,3419 na venda.
No exterior, a divisa norte-americana tinha leves ganhos em relação a moedas como o euro e o peso mexicano.
"A grande preocupação era que os acontecimentos na Crimeia pudessem ser o começo de um processo maior, mas o mercado está começando a acreditar que pode ser um impasse mais localizado", disse à Reuters o economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano.
Pouco antes da abertura, Putin afirmou não buscar outra divisão da Ucrânia, após aprovar planos para a anexação da península da Crimeia.
O pronunciamento injetou mais uma dose de alívio nos mercados. A ausência de violência no fim de semana durante a realização do referendo que mostrou apoio à separação da região do sul da Ucrânia já havia tranquilizado um pouco os investidores na sessão anterior.
A constante atuação do Banco Central brasileiro no câmbio também ajudava a segurar as oscilações do dólar. Nesta sessão, vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais - equivalentes a venda futura de dólares - como parte das intervenções diárias.
Foram 340 contratos para 1º de outubro e 3.660 para 1º de dezembro, com volume equivalente a US$ 198 milhões.
Além disso, haverá mais um leilão para rolar os contratos que vencem em 1º de abril, com oferta de até 10 mil swaps para 2 de janeiro e 2 de março de 2015. Até agora, o BC já rolou pouco menos de 30% dos contratos a vencer, que correspondem a US$ 10,148 bilhões.
Em audiência no Senado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a valorização do dólar é fonte de inflação no curto prazo e que seus efeitos devem ser limitados pela condução adequada da política monetária.