Nesta quarta-feira (5), o dólar fechou em alta, atingindo o maior patamar desde janeiro de 2023, com investidores atentos a uma série de indicadores locais e internacionais previstos para a semana. A moeda norte-americana avançou 0,23%, cotada a R$ 5,2971, e na máxima do dia, chegou a R$ 5,3056.
Impactos
Os novos dados sobre a atividade econômica brasileira, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e os recentes indicadores econômicos dos Estados Unidos têm influenciado significativamente a cotação do dólar. A postura do Federal Reserve (Fed) em relação às taxas de juros é um dos principais fatores observados pelos investidores.
O que aconteceu
Desde a semana passada, sinais de desaceleração na economia dos EUA, como uma inflação mais controlada e um mercado de trabalho menos pressionado, têm contribuído para as incertezas. O índice de preços PCE de abril mostrou uma inflação de 2,7%, em linha com as expectativas, enquanto o PIB do primeiro trimestre cresceu 1,3%, abaixo das previsões.
Cotação do Dólar e Ibovespa
Dólar:
Cotação Atual: R$ 5,2971 (alta de 0,23%)
Acumulado na Semana: +0,91%
Acumulado no Mês: +0,91%
Acumulado no Ano: +9,16%
Ibovespa:
Fechamento: 121.407 pontos (queda de 0,32%)
Acumulado na Semana: -0,57%
Acumulado no Mês: -0,57%
Acumulado no Ano: -9,52%
Influências na Alta do Dólar
Motivos
As incertezas sobre a política monetária do Fed são um dos principais motores da alta do dólar nas últimas semanas. Dados recentes, como o índice de preços PCE e o PIB dos EUA, indicam uma possível desaceleração da economia, levando o mercado a especular sobre possíveis cortes nas taxas de juros a partir de setembro.
Contudo, o índice de gerentes de compras não manufatureiro do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) subiu de 49,4 em abril para 53,8 em maio, indicando crescimento no setor de serviços e aumentando as incertezas sobre as próximas ações do Fed.
Fatores internos e externos
A variação dos preços das commodities e o cenário da balança comercial brasileira também têm impactado a cotação do dólar. Além disso, o cenário fiscal brasileiro causa desconforto no mercado. Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma mudança na projeção fiscal do Brasil, de superávit para déficit zero em 2025, aumentando o espaço para gastos e preocupando o mercado financeiro.
Expectativas
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 0,8% no primeiro trimestre de 2023 em comparação com os três meses anteriores, com um crescimento anual de 2,5%, puxado pelo setor de serviços e pela agropecuária. A indústria, por outro lado, registrou uma leve queda de 0,1%.
Internacionalmente, a redução dos juros pelo Banco Central do Canadá e a expectativa de cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) na próxima quinta-feira (6) são eventos importantes para o mercado. Além disso, os dados da balança comercial da China e o relatório de empregos dos EUA, o payroll, serão divulgados na sexta-feira (7), seguidos pela decisão sobre os juros norte-americanos na próxima quarta-feira (12).