O dólar fechou em alta pelo quarto dia seguido nesta sexta-feira (17), firmando-se acima de R$ 2,03, depois que comentários de uma autoridade do banco central dos Estados Unidos alimentaram ainda mais expectativas de diminuição do estímulo monetário no país.
A moeda norte-americana subiu 0,48%, a R$ 2,0383 na venda.
É o maior nível de fechamento desde 24 de janeiro deste ano, quando fechou a R$ 2,0310. Na semana, a moeda acumula valorização de 0,69% e, no mês, de 1,84%. No ano, contudo, há queda de 0,31%.
"Esses rumores de estímulo mais limitado do Fed acabaram dando força para o dólar. As moedas estão apanhando do dólar a semana inteira", afirmou um operador de um grande banco nacional em condição de anonimato.
O presidente da regional de São Francisco do Federal Reserve, John Williams, disse na quinta-feira que o Fed pode começar diminuir o estímulo monetário no verão do hemisfério norte e encerrar a compra de títulos no fim do ano.
Atualmente, o Fed compra US$ 85 bilhões em títulos por mês com o objetivo de impulsionar a economia do país e ajudar a manter a liquidez internacional elevada.
A interpretação é que a interrupção desse programa de estímulo diminua a liquidez internacional e consequentemente o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil, destinos de investidores que buscam maiores rentabilidades.
A recente valorização do dólar ante o real aumentou o tom de cautela no mercado, diante de expectativas de que o Banco Central pode intervir para segurar o movimento. O patamar de R$ 2,03 era amplamente visto, até então, como o teto informal para a divisa, uma vez as últimas atuações aconteceram perto desse nível.
Agora, agentes de mercado vislumbram a atitude do BC caso o dólar se aproxime de R$ 2,05.
"Próximo de R$ 2,05 acredito que fica mais preocupante, mas não sei se ele (BC) atuaria porque a emissão da Petrobras foi muito pesada", afirmou o operador. "Essa emissão acabou contendo uma depreciação (do real) que poderia ser bem pior, e por conta disso o BC não está atuando na venda", emendou.