Nesta sexta-feira (23), o dólar está em queda e o Ibovespa retoma a alta, enquanto os investidores seguem atentamente o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no Simpósio de Jackson Hole.
Powell, que era a principal atração da conferência, afirmou que "chegou a hora de ajustar a política monetária", o que foi interpretado pelos investidores como um sinal de que o Fed pode começar a reduzir suas taxas de juros no próximo mês.
"Faremos tudo o que pudermos para apoiar um mercado de trabalho forte, ao passo em que progredimos mais em direção à estabilidade de preços", disse Powell, que também garantiu que a instituição "não busca e nem recebeu bem uma desaceleração nas condições do mercado de trabalho".
Os juros americanos estão no maior patamar em mais de 20 anos, entre 5,25% e 5,50% ao ano. E havia expectativa desde o início do ano para o momento em que o Fed fosse iniciar o ciclo de redução das taxas.
Depois de vários adiamentos por conta dos dados mais fortes de inflação e atividade da economia americana, o mercado de trabalho dos EUA começou a mostrar um desaquecimento no início deste mês e os resultados de inflação voltaram a mostrar que os preços estão mais comportados.
Com isso, Powell afirmou nesta sexta-feira que o atual nível das taxas de juros dá "amplo espaço" para que o Fed responda aos riscos, inclusive os números baixos de emprego. Essa afirmação joga ainda mais luz a uma dúvida que tomou os mercados nas últimas semanas: qual será a magnitude do corte promovido pelo Fed em sua próxima reunião.
Agora que Powell quase confirma que a instituição vai iniciar seu ciclo de afrouxamento dos juros em setembro, o mercado faz novas apostas sobre o tamanho do corte: de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.