Os representantes das áreas econômicas do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) afirmaram nesta sexta-feira que querem ampliar suas cotas gerais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e prometeram dar US$ 80 bilhões para reforçar o órgão. O grupo também apontou que o pior da crise global pode ter ficado para trás, mas é muito cedo para dizer que acabou. Para os países do Bric, o G20 deve continuar a implementar políticas anticíclicas de maneira coordenada.
O grupo divulgou um comunicado após uma reunião realizada hoje em Londres, no qual propuseram uma revisão de cotas. Os Brics propõem uma ampliação nas cotas no FMI de 7 pontos percentuais e de 6 pontos no Banco Mundial, de modo a terem uma distribuição mais equitativa de poder de voto entre países ricos e países em desenvolvimento. Hoje, os países do grupo possuem, em conjunto, 10% das cotas de participação no FMI. Os Estados Unidos têm 17,1% das cotas do Fundo (a maior parcela dentro do órgão). Para os Brics, a reforma das instituições financeiras internacionais é crucial para garantir uma economia global equilibrada e estável.
"O FMI não pode emergir desta crise inalterado", disse p ministro das Finanças da Índia, Pranab Mukherjee. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que "um grande primeiro passo tem de ser dado agora, mas que aconteçam mudanças no próximo ano". Para Mantega, a presença do secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, no fim do encontro mostrou apoio positivo para as reformas. "Ele concordou que precisamos mudar as cotas em favor dos países em desenvolvimento", afirmou o ministro --sem, no entanto, discutir porcentagens.