A Irlanda deverá acabar tomando um empréstimo da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que seria de dezenas de bilhões de euros, disse o presidente do banco central do país, Patrick Honohan, nesta quinta-feira (18).
"A intenção e a expectativa são, da parte deles e, pessoalmente, de minha parte, que as negociações serão efetivas e que um empréstimo será disponibilizado e desenhado conforme o necessário", disse ele à transmissora estatal RTE.
"Estamos falando de um empréstimo bastante significativo... de dezenas de bilhões, sim."
Essas declarações coincidem com a chegada de uma missão conjunta da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do FMI a Dublin, para discutir as medidas necessárias para evitar o colapso do sistema bancário da Irlanda, país membro da Eurozona.
"Estas conversações são sérias e eles (UE e FMI) não enviariam uma equipe tão importante se pensassem que um empréstimo não fosse aceitável", acrescentou o diretor do BC.
Além da Irlanda, Espanha, Portugal e Grécia enfrentam a desconfiança sobre sua capacidade para honrar com os compromissos da dívida.
O pacote de resgate financeiro está sendo articulado desde o início da semana. Na terça-feira, uma reunião de emergência, entre ministros e instituições financeiras dos 16 países da zona do euro, foi convocada em meio a temores nos mercados de que os países menores ligados à moeda única europeia, em particular a Irlanda, tenham dificuldades para pagar suas dívidas. Os ministros se referiam à Espanha e Portugal, paises vizinhos.
País recusava empréstimo
O governo da Irlanda vinha negando repetidamente que pretendia buscar ajuda externa. Na terça-feira, o primeiro-ministro Brian Cowen afirmou ao Parlamento local que não havia pedido ajuda financeira para pagar as dívidas e que a economia irlandesa estava bem financeiramente até o ano seguinte.
Ele reconheceu que a Irlanda estava trabalhando com seus parceiros europeus para lidar com a questão da dívida, mas afirmou que seu país não era "nem imune nem único" em meio à recente crise econômica.
O presidente do Conselho da União Europeia, Herman Van Rompuy, advertiu que se o euro fracassar, a UE também fracassará.