Duas previsões negativas sobre o desempenho da economia da América Latina foram divulgadas nesta sexta-feira (3) pelo Banco Mundial (Bird) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com estimativa do Bird, a economia latina sofrerá neste ano um impacto forte e terá contração entre 2% e 2,5%; o crescimento, no entanto, voltará em 2010, em uma recuperação lenta e desigual.
Também na avaliação de Nicolas Eyzaguirre, diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, a crise resultará em retração da economia da região.
"Em média, a América Latina terá uma queda possivelmente maior que 2%", disse nesta sexta-feira em uma reunião de ministros de Finanças das Américas realizada no Chile.
Banco Mundial
A estimativa do Bird para 2009 representa uma revisão para baixo em relação ao último relatório do organismo sobre a região, de abril, quando a previsão era de uma queda regional de entre 0,5% e 1,5%.
Na véspera, porém, o presidente do Bird, Robert Zoellick, destacou a posição vantajosa dos maiores países da América Latina para enfrentar a crise econômica.
"Tendo trabalhado com crises durante os anos 80 e 90, o que mais chama a atenção é como a América Latina lida com esta crise em uma posição diferente", disse Zoellick, após uma reunião com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, em Santiago.
FMI
Nicolas Eyzaguirre, diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, acrescentou que a economia global começou a voltar ao normal, embora esteja um pouco mais fraca que o esperado nos primeiros dois trimestres deste ano. "A recuperação começou a se materializar com mais vigor, de maneira a mudar um pouco as perspectivas de queda para 2009, e melhorar os prognósticos para 2010."
Eyzaguirre disse que os Estados Unidos devem se recuperar mais rapidamente que outras partes do mundo desenvolvido, por conta das agressivas políticas fiscal e monetária.
"É possível que a economia dos Estados Unidos esteja em território positivo em 2010, mas Europa e Japão vão continuar um pouco atrás. Assim, o comércio internacional ficará muito lento este ano e no próximo", acrescentou.
"Isso impactará as economias abertas e as menores também, que continuarão a ter relativa dificuldade para exportar."