O Banco Central elevou suas projeções para a inflação neste ano e reduziu o cenário para o crescimento econômico em 2011, segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira. O prognóstico para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 foi reduzido de 4,0% para 3,5%.
A perspectiva para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 5,8% para 6,4%, enquanto o de 2012 foi de 4,8% para 4,7%. Em 12 meses encerrados no final do terceiro trimestre de 2011, o BC espera que a inflação fique em 7,2%.
A meta de inflação para os dois anos tem centro de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite superior é 6,5% e o inferior, 2,5%. O BC projeta ainda que a inflação estará em 4,5% nos 12 meses encerrados no terceiro trimestre de 2013, último período de previsões do relatório.
"Essa revisão reflete ações de política (econômica) implementadas (de restrição do crédito e aumento da taxa Selic de até julho deste ano) desde o final do ano passado e, principalmente, a deterioração do cenário internacional, que tem levado a reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos", destaca o relatório do BC.
O BC divulgou ainda o cenário alternativo, que considera que "a atual deterioração do cenário internacional cause impacto sobre a economia brasileira equivalente a um quarto do observado em 2008/2009 (crise financeira internacional)". O BC também informou que vê "possibilidade elevada de recessão" em alguns países devido à crise global, "em especial nas economias maduras".
Esse cenário também considera que haverá desaceleração da atividade econômica do País, "e, apesar de ocorrer depreciação da taxa de câmbio e de haver redução da taxa básica de juros, entre outros, a taxa de inflação se posiciona em patamar inferior ao que seria observado caso não fosse considerado o supracitado efeito da crise internacional".